São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006

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Com atraso de 9 meses, SP vai inaugurar mais 4 piscinões

Obras do Estado na região da Grande São Paulo estavam previstas para março

Governo atribuiu atraso no início da construção a problemas na licitação; ontem, capital voltou a sofrer com alagamentos

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com nove meses de atraso, quatro piscinões serão entregues pelo governo do Estado no próximo mês na Grande São Paulo. As quatro obras -duas em Osasco, uma na divisa de São Paulo com Santo André e outra em São Bernardo do Campo- ajudariam a reduzir os pontos de alagamento.
A projeção inicial do governo do Estado, ainda na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), era que os piscinões fossem concluídos em março deste ano. Em dezembro passado, o governo apontou problemas com atrasos em licitações para justificar o atraso no início das obras. Os piscinões têm o objetivo de reservar a água das chuvas para evitar o transbordamento dos rios.
Ubirajara Tanuri Felix, diretor de Engenharia e Obras do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) da gestão Cláudio Lembo (PFL), diz que as obras ajudarão a reduzir as enchentes. "O piscinão é uma solução de engenharia que tem dado resultado."
As obras de outros dois piscinões já projetados ainda não começaram porque a prefeitura não concluiu o processo de desapropriação das áreas. Um deles, na antiga fábrica da Sharp na estrada de Campo Limpo, na zona sul, terá capacidade para 500 mil metros cúbicos (200 piscinas olímpicas). A gestão Gilberto Kassab (PFL) prevê depositar R$ 6,3 milhões neste ano para a desapropriação. Felix afirmou que, na melhor das hipóteses, o piscinão estará pronto no final de 2008.
O plano de macrodrenagem da Grande São Paulo, que está sendo realizado pelo Daee, prevê a construção de cerca de 40 piscinões, mas só deve ser concluído dentro de aproximadamente dez anos. Com os quatro piscinões que serão entregues no mês que vem, cerca de 60% do projeto estará concluído.
Mesmo depois de concluído o projeto, o órgão prevê a necessidade de pequenos reservatórios e áreas verdes nos bairros -obras a serem feitas pelas prefeituras- para que não ocorram grandes enchentes.

Novos alagamentos
Depois da forte chuva de ontem, a Defesa Civil registrou 13 pontos de alagamento, o desabamento de duas casas no Jardim Iguatemi e uma inundação no Jardim da Saúde, mas não houve vítimas. Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), a previsão é que a chuva volte com mais intensidade hoje.
O governador Cláudio Lembo (PFL) negou que o governo do Estado tenha alguma responsabilidade pelas enchentes que vêm ocorrendo. ""O Estado já fez mais do que o possível. O governador Geraldo Alckmin [PSDB] fez um enorme investimento na calha do Tietê, foram feitos os piscinões. O Estado já esgotou sua capacidade física, não digo nem a financeira. Outros que trabalhem agora", afirmou Lembo.
O chefe da Assessoria de Obras e Serviços da Secretaria de Coordenação de Subprefeituras, Ronaldo Camargo, disse que a Prefeitura de São Paulo fez o que precisava para minimizar os problemas. "Estamos convictos de que estamos aplicando o maior recurso de todos os tempos e fazendo o melhor trabalho de prevenção de enchentes que já foi feito."


Colaborou JOSÉ ERNESTO CREDENDIO , da Reportagem Local


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