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OAB escolhe amanhã novo presidente
Quatro candidatos disputam a eleição da entidade em SP; mandato é de três anos, com orçamento de R$ 160 milhões
Cerca de 199 mil advogados no Estado podem votar; atual presidente, autor de relação de "inimigos da advocacia", tenta a reeleição
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os cerca de 199 mil advogados de São Paulo vão às urnas
amanhã para escolher entre
quatro candidatos quem será o
presidente pelos próximos três
anos da maior seccional do
país, com Orçamento estimado
em R$ 160 milhões e aproximadamente 3.000 funcionários.
Vence quem tiver maioria
simples, em apenas um turno.
Também serão eleitos os conselheiros federais, que participam da eleição indireta, em janeiro, para a escolha do presidente nacional da OAB.
Entre os concorrentes da
presidência paulista está o
atual presidente, Luiz Flávio
Borges D'Urso, 46, que tenta
ser o sexto presidente da OAB
paulista a ser reconduzido ao
cargo. O recordista de mandatos é Noé Azevedo, reeleito 12
vezes, entre 1939 e 1965 - 26
anos, incluindo a eleição.
D'Urso é figura principal da
polêmica lista de "inimigos da
advocacia", divulgada no site da
OAB com nomes de desafetos.
Entre os "inimigos" estão juízes, promotores, delegados e
jornalistas que teriam dificultado o trabalho de advogados.
Para os adversários do presidente, essa polêmica lista só foi
divulgada por D'Urso com o objetivo de angariar votos, já que,
mesmo tendo sido criada em
2004, foi divulgada no site da
entidade às vésperas da eleição.
"Foi uma medida demagógica, eleitoreira, sem nenhuma
base legal", afirmou o principal
adversário de D'Urso, Rui Celso
Reali Fragoso, 51.
Fragoso tem apoio de grande
parte dos ex-presidentes da
OAB paulista e outros nomes
importantes da advocacia, como Carlos Miguel Aidar.
D'Urso também tem importantes apoios como o do ex-presidente do Conselho Federal da OAB e da OAB-SP Rubens Approbato Machado, que
tem direito a link na página de
campanha.
As propostas apresentadas
pelo presidente durante essa
campanha apontam na manutenção da lista. Entre os compromissos está "fortalecer ainda mais a defesa das prerrogativas profissionais".
Azarões
Os outros dois candidatos
são tidos por advogados ouvidos pela Folha como azarões
na disputa, apesar de não existir pesquisas oficiais de intenção de votos, o que não descarta uma surpresa amanhã.
Um desses candidatos tem
apenas 30 anos e nunca concorreu a um cargo eletivo:
Leandro Donizete Pinto. Sua
principal proposta é redução
da anuidade de R$ 630, única
fonte de receita da OAB, para
no máximo R$ 450. Por outro
lado, ele também prevê a construção de um hospital para a
categoria em 18 meses.
O outro adversário, Clodoaldo Pacce Filho, 53, também
concorre pela primeira vez. Ele
já ocupou, entretanto, cargos
na Prefeitura de São Paulo nos
governos Olavo Setúbal, Mário
Covas, Jânio Quadros e Luiza
Erundina, "de chefe-de-gabinete a diretor de estatal".
"Minha chapa é constituída
em sua imensa maioria pelo
advogado anônimo, que luta
diariamente pelo interesse de
seu cliente e de sua dignidade
profissional", diz Pacce Filho.
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