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Equilíbrio de contas marcou mandato de reitora
DA REPORTAGEM LOCAL
Assuntos financeiros dominaram os quatro anos da gestão
da reitora Maura Véras. Ao assumir em 2004, ela encontrou
a PUC-SP com atraso no pagamento de professores, alto endividamento e déficits mensais.
Agora, a universidade tem gastos equilibrados e pagamentos
em dia, mas a dívida bancária
está ainda maior e o quadro de
professores, 25% menor -reflexo das demissões que buscaram equilibrar as contas.
Ainda no período, a Arquidiocese de São Paulo aumentou
seus poderes na universidade
para acompanhar a negociação
e o pagamento da dívida (passou a ter maioria na mantenedora) e houve entrada da PM
no campus para acabar com um
protesto estudantil, o que não
ocorria há 30 anos.
"Foram quatro anos duros,
mas demos um salto no controle econômico e financeiro, sem
perder a excelência acadêmica", afirma Véras, 66.
"Agora, a situação está controlada, mas é preciso manter o
cuidado. A dívida ainda é muito
grande", diz o curador de Fundações do Ministério Público
Airton Grazzioli, que acompanha as contas da PUC.
Academicamente, durante os
quatro anos, a instituição teve a
criação de nove cursos de graduação e a abertura de dois
campi (Santana e Barueri).
Na recente avaliação divulgada pelo MEC, foi considerada a
melhor universidade particular
de São Paulo.
Véras termina o mandato sob
críticas das entidades representativas dos professores e
funcionários (respectivamente
a Apropuc e a Afapuc).
"Quatro anos de retrocesso
para a PUC-SP", é o título de
um texto da última edição do
jornal das duas associações. A
principal reclamação é que não
houve diálogo suficiente.
Das três chapas derrotadas
na eleição, duas eram encabeçadas por docentes com participação na atual reitoria.
A dívida
Quando Véras assumiu, a
PUC operava com déficit mensal de R$ 3 milhões (a receita
bruta era de R$ 282 milhões).
Em comunicado divulgado
neste mês, a reitoria afirmou
que sucessivos reajustes salariais estão "diretamente ligados ao fundamento da crise".
A escola devia R$ 56 milhões,
para 14 bancos. A instituição
passou a ter dificuldades para
conseguir novos empréstimo.
Por isso, a reitoria decidiu
concentrar a dívida em dois
bancos e ganhou um período de
14 meses sem pagar a dívida.
A universidade, porém, não
conseguiu acabar com os déficits mensais -o que feria cláusula do contrato com os bancos.
No final de 2005, coordenado pela reitoria, começou a primeira fase de demissões. Como
o ajuste não foi suficiente, a
Igreja (avalista da dívida) tomou a frente e demitiu os docentes que faltavam para que o
déficit terminasse. Com as despesas rescisórias, a dívida bancária chegou a R$ 125 milhões
(aumentada também pelos déficits mensais no período).
(FT)
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