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Para passageiros, toda viagem vira um "inferninho"
ANNA CAROLINA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na última vez em que foram à
Argentina, os músicos Marco
Antonio Melloni, 38, e Allyand
Mielli, 32, tiveram que esperar
duas horas e meia até embarcar. O tempo todo em que permaneceram esperando no aeroporto de Guarulhos -da chegada com mais de uma hora de
antecedência, à hora da decolagem- foi maior que o tempo de
voo para Buenos Aires.
A cena tem se tornado comum nos aeroportos brasileiros, mesmo fora de períodos
normalmente tumultuados,
como dezembro."Aqui sempre
tem problema de fila. É sempre
ruim", diz Melloni.
Fila, espera, demora e atraso
são assunto constante nas conversas de passageiros que transitam, não raro impacientes,
pelos saguões do aeroporto.
Para não passar por transtornos como esses, o técnico em
eletrônica David de Lima, 26,
só viaja de madrugada e evita
aeroportos que considera "caóticos". "Curitiba é a mais estressante. A cidade cresceu,
mas o aeroporto não", afirma.
O industrial Mario Gumz, 66,
é outro que costuma fugir de
Congonhas e outros aeroportos
muito movimentados. "É uma
confusão a cada viagem. Toda
vez que tem um atraso é um inferninho", afirma. "Inferninho" que piora, dizem os passageiros, por falta de preparo dos
funcionários de aeroportos e
companhias aéreas. "Cada um
dá uma informação diferente",
diz o corretor André Murda, 33.
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