|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Famílias pressionam hospitais
da Reportagem Local
O Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (Sindhosp) nega
que suas instituições filiadas tenham interesse em manter pacientes internados por mais tempo do
que o necessário.
"Nossa orientação aos hospitais
é para que acolham o paciente em
crise e não estimulem a cronificação da doença", diz Ricardo Nascimento Teixeira Mendes, coordenador do departamento de psiquiatria do Sindhosp. "Não é nosso desejo transformar pacientes
em moradores."
Segundo Mendes, os hospitais
têm assistentes sociais que tentam
localizar e convencer as famílias a
receberem de volta os pacientes.
"Há pressões grandes de familiares para que o hospital segure este
ou aquele paciente, mas não concordamos com isso. Chegam pedidos até de políticos e de juízes."
Mendes afirma que, ao contrário
do que possa parecer, "não há interesse financeiro por parte dos
hospitais em manter este tipo paciente". "O "morador' sem uma
retaguarda familiar depende em
tudo do hospital; temos que fornecer cigarro, sandálias, roupas.
Manter esse tipo de paciente descaracteriza o hospital."
O Sindhosp também não concorda que exista um excesso de leitos psiquiátricos no país. "A Organização Mundial da Saúde recomenda que haja um 1 psiquiátrico
para 1.000 habitantes. Na cidade
de São Paulo há 0,36 leito por
1.000; no país todo são 0,57 por
1.000 habitantes", afirma Mendes.
O país já chegou a ter 120 mil leitos psiquiátricos; hoje, tem a metade.
(AB)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|