São Paulo, domingo, 29 de novembro de 1998

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Famílias pressionam hospitais

da Reportagem Local

O Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (Sindhosp) nega que suas instituições filiadas tenham interesse em manter pacientes internados por mais tempo do que o necessário.
"Nossa orientação aos hospitais é para que acolham o paciente em crise e não estimulem a cronificação da doença", diz Ricardo Nascimento Teixeira Mendes, coordenador do departamento de psiquiatria do Sindhosp. "Não é nosso desejo transformar pacientes em moradores."
Segundo Mendes, os hospitais têm assistentes sociais que tentam localizar e convencer as famílias a receberem de volta os pacientes. "Há pressões grandes de familiares para que o hospital segure este ou aquele paciente, mas não concordamos com isso. Chegam pedidos até de políticos e de juízes."
Mendes afirma que, ao contrário do que possa parecer, "não há interesse financeiro por parte dos hospitais em manter este tipo paciente". "O "morador' sem uma retaguarda familiar depende em tudo do hospital; temos que fornecer cigarro, sandálias, roupas. Manter esse tipo de paciente descaracteriza o hospital."
O Sindhosp também não concorda que exista um excesso de leitos psiquiátricos no país. "A Organização Mundial da Saúde recomenda que haja um 1 psiquiátrico para 1.000 habitantes. Na cidade de São Paulo há 0,36 leito por 1.000; no país todo são 0,57 por 1.000 habitantes", afirma Mendes.
O país já chegou a ter 120 mil leitos psiquiátricos; hoje, tem a metade. (AB)


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