São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 2002

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Maia diz que resultado é "auspicioso"

DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), foi o penúltimo colocado no ranking dos nove prefeitos de capitais avaliados pelo Datafolha. Maia, que só ganha da paulistana Marta Suplicy (PT), recebeu nota 5 dos entrevistados. A taxa de aprovação (ótimo/bom) ficou em 33% e a de reprovação (ruim/péssimo), em 29%.
Apesar da colocação ruim de Maia no ranking de prefeitos, sua taxa de aprovação é maior agora do que em junho de 2001, quando o Datafolha fez a primeira pesquisa sobre seu governo. Na época, 28% dos cariocas consideravam a administração ótima ou boa.
Em compensação, aumentou também a desaprovação -era de 26%, em junho de 2001, caiu para 22%, em dezembro daquele ano, e hoje é de 29%.
"Para um governo que só realizou seu primeiro gasto tímido em publicidade nesta semana e que está ao meio de um ambiente político adverso, em 2002, tanto nacionalmente quanto regionalmente, eu diria que o resultado é auspicioso", disse Maia, em entrevista por e-mail.
Segundo ele, as expectativas são "excelentes" para a segunda metade do governo, "quando os tapumes caem".
Para o economista Luiz Mário Behnken, coordenador do Fórum Popular do Orçamento, entidade que reúne 50 ONGs que atuam na área social, a pesquisa reflete a "política de entesouramento" que o prefeito vem fazendo.
"Ele repete o padrão de comportamento que manteve em seu primeiro mandato: economia nos dois primeiros anos, para poder fazer, nos dois últimos, uma avalanche de obras públicas."
Segundo o economista, o governo Maia não tem nenhuma marca administrativa até agora. "Só há projetos. É o Museu Guggenheim, é o Pan-Americano, mas ambos são para depois do seu mandato."
O cientista político Jairo Nicolau, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro), concorda. Segundo ele, a derrota política de Maia -não foram eleitos os candidatos que apoiava ao governo do Estado e à Presidência- influenciou no resultado da pesquisa.
Em 2002, o governo foi marcado ainda por confrontos entre guardas municipais e camelôs e um atentado à prefeitura, além de entraves nas negociações para a construção da versão brasileira do Guggenheim, alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal.
A seu favor, Maia tem dito que há em caixa R$ 2 bilhões para investimentos. Em campanha publicitária na TV, iniciada na semana passada, o prefeito ressalta o fato de ter pago antecipadamente o 13º salário do funcionalismo municipal, diferentemente do governo do Estado.



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