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ADMINISTRAÇÃO
Câmara aprova novo tributo; imóveis com valor venal igual ou inferior a R$ 25 mil estarão isentos
Paulistano vai ter de pagar a taxa do lixo já no próximo ano
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal de São
Paulo aprovou em segunda votação, na madrugada de ontem, por
35 votos contra 12 e uma abstenção (de Humberto Martins, do
PDT), a criação da taxa do lixo, a
ser cobrada já em 2003.
O projeto aprovado foi um
substitutivo apresentado pelo líder da prefeita Marta Suplicy, vereador José Mentor (PT), que
propôs isenção aos imóveis residenciais com valor venal igual ou
inferior a R$ 25 mil.
Segundo estimativas da Secretaria das Finanças, a isenção beneficiará aproximadamente 400 mil
contribuintes da capital paulista e
reduzirá em cerca de 10% (R$ 30
milhões) a previsão inicial de arrecadação com a taxa (R$ 300 milhões). As favelas também estão
isentas, já que não há recolhimento domiciliar. Mas as 19 emendas
que propunham isenções para
aposentados, clubes, filantrópicas
etc. foram todas rejeitadas.
A taxa irá variar de R$ 6,14/mês
para residências que produzem
até 10 litros/dia de resíduos a R$
61,36/mês para domicílio que gera
60 litros/dia de lixo.
Para os imóveis não-residenciais, ela irá de R$ 18,41 (até 30 litros/dia) a R$ 122,72 (de 100 a 200
litros/ dia).
Imóvel vazio paga
O secretário de Serviços e Obras,
Jorge Hereda, disse à Folha no
início do mês que caberá ao morador declarar quanto lixo produz
para a cobrança ser efetuada.
Além disso, até os imóveis vazios pagarão a taxa. Nesse caso,
segundo ele, o valor deverá ser o
mínimo -R$ 6,14.
O projeto aprovado ontem pela
Câmara Municipal também autoriza o Executivo paulistano a fazer
a concessão do serviço de coleta e
destinação final do lixo por até 20
anos. Estabelece também a criação de um fundo para o qual serão
remetidos os recursos arrecadados com o novo tributo e a instalação de uma autarquia para gerenciar o serviço em substituição
ao Limpurb (Departamento de
Limpeza Urbana).
A implantação de uma taxa específica para o lixo também é defendida pela Abrelpe (associação
que reúne as maiores empresas de
limpeza pública do país) e por representantes da Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo) como meio de garantir
verba para a limpeza.
Está prevista ainda no projeto
da Política Nacional de Resíduos
Sólidos, cuja tramitação encontra-se parada no Congresso Nacional.
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