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Sindicato diz que empresa irregular tira água em excesso
De acordo com entidade, construtoras regulares adaptam obras quando lençol freático é superficial, sem bombeá-lo
Obras públicas, como metrô e esgoto, também afetam nível das águas subterrâneas de SP, afirma associação de empresas de engenharia
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Sinduscon-SP (Sindicato
da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) afirma que as construtoras, quando constroem em solo ruim,
com lençol freático muito superficial, não fazem o bombeamento do lençol freático e, sim,
utilizam paredes estanques
-sistema que aprofunda as laterais do subsolo evitando que
a água entre nas garagens.
Segundo Maurício Bianchi,
vice-presidente do sindicato, o
bombeamento nesses casos pode estar sendo feito por empresas do mercado informal de
construção, responsável por
50% das obras no país.
"Se as pessoas fazem isso, está errado", afirma ele. "Não se
deve conceber uma obra em
que você fica escravo da bomba
todo o dia."
O diretor da Abeg (Associação Brasileira de Empresas de
Projetos e Consultoria em Engenharia Geotécnica), Milton
Golombek, afirma, no entanto,
que paredes estanques geralmente são construídas quando
o subsolo fica mais de um metro dentro d'água.
Segundo ele, o bombeamento do lençol é comum e as bombas costumam funcionar a cada
duas horas, dependendo do local, para não inundar o subsolo.
"Barcos, navios foram construídos para andar dentro d'água. Mas não há nenhuma lancha que não tenha bomba de
porão. De vez em quando, há
um vazamentinho em algum
lugar e você tem de tirar a água
que entra. Um prédio debaixo
d'água não deixa de ser um navio", compara.
Ele diz que as construtoras
não são as únicas responsáveis
pelo rebaixamento do nível
desse lençol. A impermeabilidade da cidade também contribui para isso. Segundo ele,
obras públicas, como a construção de túneis, metrô e tubulações de água e esgoto, também
ajudam a diminuir a água.
Segundo o diretor da Abeg,
apenas casas que não têm fundação adequada e ficam em terrenos cujo solo tem baixa qualidade sofrem o impacto da movimentação do lençol freático.
No entanto, quando é comprovado que o problema é causado
pela construção de um novo
prédio, as construtoras pagam
o conserto dessas casas.
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