São Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

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Promotor prepara ação contra prefeitura por falta de controle

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para o promotor de meio ambiente de São Paulo, José Eduardo Ismael Lutti, não há controle, por parte dos órgãos públicos, da quantidade de água do lençol freático que é bombeada.
"O Daee [Departamento de Águas e Energia Elétrica] não tem controle, a prefeitura não tem controle, ninguém tem controle", diz.
Por isso, ele pretende entrar com uma ação civil pública contra a Prefeitura de São Paulo para que a atividade seja controlada.
"É uma obrigação da prefeitura. Ela que deu autorização para a construção dos edifícios, ela que tem que controlar", argumenta.
O promotor defende que a prefeitura não autorize mais nenhum tipo de bombeamento que não seja feito exclusivamente durante o período de construção dos edifícios.
Para evitar que continue após a construção, os prédios deveriam ser feitos com paredes estanques, que são mais profundas que os subsolos, o que evitaria que a água do lençol atingisse as garagens.

Custo
A solução, no entanto, é mais cara, o que pesa na decisão de algumas construtoras. De acordo com Maurício Bianchi, vice-presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), o metro quadrado de uma parede convencional custa R$ 250. O de uma parede estanque, entre R$ 500 e R$ 700. E a área da parede estanque tem que ser de duas a quatro vezes maior.
"Existe uma série de conseqüências por causa da irresponsabilidade dessas pessoas [construtoras], que pensam única e exclusivamente no lucro", afirma o promotor. "Essa água [bombeada] não tem utilidade, é desperdiçada. E hoje, pelo menos na região metropolitana de São Paulo, [a água] é um dos bens mais caros que tem. Nós importamos cerca de 50% [do que consumimos] para que ela seja tratada e vendida à população."


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