São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Apesar da redução registrada no país, as regiões Norte e Sul tiveram aumento de ocorrências em relação ao ano anterior

Casos de dengue têm queda de 59% em 2003

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de casos de dengue no país diminuiu 58,71% entre 2002 e 2003, de acordo com boletim da Secretaria de Vigilância em Saúde, órgão executivo do Ministério da Saúde responsável pelo controle de epidemias. As regiões Norte e Sul, porém, registraram aumentos de 37,26% e 26,95%, respectivamente.
O boletim considera, nos dois anos, as ocorrências entre janeiro e novembro. Em 2002, foram registrados nesse período 783.143 casos de dengue. No ano passado, esse número caiu para 323.355.
O resultado atinge a meta estipulada no Programa Nacional de Controle da Dengue, instituído em julho de 2002. O documento estabelecia uma redução de 50% do número de casos de 2002 a 2003 e, a partir de 2004, uma queda anual de 25%.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, os dados são favoráveis, já que, apesar do aumento, as regiões Norte e Sul não são expressivas diante do número total de casos. Juntas, elas correspondem a 14,7% das ocorrências de dengue no país. "O grande problema no Brasil são as regiões Sudeste e Nordeste, devido a variáveis como clima e urbanização."
O Sudeste, que em 2002 liderava o ranking com 383.025 casos, registrou uma queda de 78%. O resultado se deve sobretudo ao fim da epidemia de dengue que assolou o Rio há dois anos. Na ocasião, foram registrados mais de 250 mil casos. Em 2003, menos de 8.000.
Nesse cenário, o Nordeste assumiu a liderança, com 159.995 ocorrências em 2003. Apesar de alto, o número representa uma queda de 46,23% em relação a 2002. As exceções na região foram o Ceará, onde houve um aumento de 66,9%, e o Piauí, que registrou um crescimento de 9,15%.
No Sul, o Paraná concentrou 95% dos 9.547 casos da região. O dado se deve a uma epidemia de dengue em Londrina, no primeiro semestre de 2003. De acordo com o secretário, a epidemia provavelmente foi causada pela chegada à cidade de um tipo de vírus que não é comum no local.
Existem quatro tipos de vírus da dengue. Se uma pessoa contrair a doença, fica imune ao vírus que a contaminou, mas permanece susceptível aos demais tipos.
Segundo o secretário, essa é a mesma justificativa para o aumento registrado no Norte. No Amapá, onde o aumento foi de quase 150%, foram registradas 5.778 ocorrências. De acordo com Barbosa, o governo intensificou o combate à dengue nos locais onde houve epidemia, com mutirões de limpeza e inspeção de imóveis. Ele disse que no Amapá o número de casos passou de 550, em outubro de 2003, para 93 neste mês.
Em Londrina, o índice de infestação por mosquitos é inferior a 1%, o que anula o risco de uma nova epidemia neste verão.


Texto Anterior: Jurista Caio Mário da Silva Pereira morre aos 90 anos
Próximo Texto: Campanha contra mosquito já começou no CE
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.