Após arrombar sede do IAB-SP, Joaquim Guedes assume posto de presidente

DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa de dois importantes arquitetos de São Paulo, Lúcio Gomes Machado e Joaquim Guedes, pela presidência do IAB-SP (Instituto dos Arquitetos do Brasil) foi parar na Justiça. Por força de liminar, Guedes é o presidente. Ele assumiu após arrombar a sede da entidade em 4 de janeiro.
O mandato da diretoria anterior, presidida por Arnaldo Martino, terminou em 31 de dezembro. Guedes era o 1º vice-presidente. Machado, o 2º.
Professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) e curador de duas bienais internacionais de arquitetura em São Paulo, Machado encabeçou a Chapa 1, apoiada por Martino e pelo presidente nacional do IAB, Gilberto Belleza. Guedes, professor aposentado da FAU e ex-diretor pedagógico do Instituto de Arquitetura e Urbanismo de Estrasburgo (França), liderou um racha na antiga diretoria e montou a Chapa 2, cuja formação foi indeferida.
A comissão eleitoral alegou que a chapa era integrada por membros não-associados e/ou inadimplentes e apontou falta de procuração formal de alguns candidatos. Guedes foi à Justiça e obteve três liminares, que permitiram a disputa. Ele alegou que os membros apontados como inadimplentes ou não-associados, na verdade, não eram reconhecidos pelo IAB-SP por serem de cidades onde a entidade não tem escritório.
Com isso, aponta a diretoria antiga, votaram inadimplentes, arquitetos não-associados e estudantes, o que é vetado pelo estatuto da entidade.
A Chapa 2 venceu a eleição. A comissão eleitoral não homologou o resultado e pediu intervenção da direção nacional do IAB, que prorrogou o mandato da diretoria antiga até que a Justiça decidisse a questão.
Guedes recorreu à Justiça e conseguiu outra liminar às vésperas do Réveillon. Como a sede estava fechada por férias coletivas e não era possível notificar a entidade da decisão, a Justiça concedeu outra liminar, autorizando o arrombamento para que a nova diretoria tomasse posse.
Guedes diz que montou uma chapa para disputar a eleição após discordar de decisões de Belleza em um congresso da categoria. Para Machado, a briga que chegou às vias judiciais é ruim para o IAB e para toda a categoria. "Mas a gente não quer aceitar a coisa no tapa nem coisa contra o regulamento", afirma ele.
(ALENCAR IZIDORO e EVANDRO SPINELLI)


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