São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011

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Inquérito de Jandira aponta esquema em outras cidades

Ex-secretário é suspeito de ser o mandante do assassinato de prefeito tucano

Polícia investiga envolvimento de Aquino em suposta rede de corrupção na Grande São Paulo

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Apontado pela polícia como um dos mandantes do assassinato do prefeito de Jandira, Walderi Braz Paschoalin (PSDB), o ex-secretário de Habitação da cidade Wanderley Lemes de Aquino é investigado por fazer parte de um esquema de corrupção que envolve outros municípios da Grande São Paulo.
Durante o inquérito que investiga o secretário pelo homicídio, a polícia afirma ter obtido provas de que a arrecadação de dinheiro ilícito envolvia outras prefeituras da região metropolitana.
Em princípio, ao menos 20 pessoas estão sendo investigadas. Entre elas estão financiadores de campanhas eleitorais, advogados e políticos.
Nos próximos dias, assim que concluir a apuração sobre a morte do prefeito, os policiais deverão abrir um inquérito específico a fim de investigar a corrupção.
"Sabemos que o Aquino era um dos que tinha poder de mando dentro do grupo, mas havia pessoas que também davam ordens a ele", afirma o delegado Zacarias Tadros, sem citar os nomes dos suspeitos nem das prefeituras sob investigação.
Até sexta-feira, o ex-secretário de Habitação e outras sete pessoas, incluindo Sérgio Paraíso, ex-secretário de Governo de Jandira, já tinham sido presas e indiciadas sob a suspeitas de terem participado do assassinato.
Há outros suspeitos -Ronaldo Lobo, ex-policial militar, e Anderson Muniz, candidato derrotado a vereador nas eleições passadas.
Para a polícia, foi Lobo quem obteve as armas -um fuzil e uma submetralhadora- e fez o plano operacional da morte do prefeito, a mando de Aquino e Paraíso.
O ex-PM teria recebido R$ 600 mil pelo serviço. Muniz, diz a polícia, colaborou no plano. Todos os envolvidos no caso negam os crimes.
No inquérito que será aberto, a polícia vai investigar se Aquino enriqueceu ilicitamente. No cargo de secretário, com renda anual de cerca de R$ 60 mil, ele comprou uma casa que custava R$ 10 milhões, diz a polícia.
Além disso, documentos obtidos na casa do suspeito mostram que ele tentava vender 20 lotes de esmeraldas por R$ 7,1 milhões.
As pedras, conforme os investigadores, vieram de uma jazida em Teixeira (BA) que teria Aquino como sócio.
No dia 18, a Folha revelou que, com a morte de Paschoalin, o ex-secretário queria se tornar prefeito da cidade. Isso seria possível caso a vice-prefeita, Anabel Sabatine, renunciasse e houvesse uma eleição indireta na Câmara Municipal na qual o ex-secretário concorreria.


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