São Paulo, domingo, 30 de março de 1997.

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SEPARAÇÕES SAGRADAS 3
Após ser expulso de confessionário por ser separado, fiel decidiu `regularizar' a vida conjugal
Crença fez advogado anular casamento

da Reportagem Local

O advogado Pompeo Gallinella, 38, procurou o Tribunal Eclesiástico movido por uma preocupação dogmática.
Católico praticante, Gallinella quis anular seu primeiro casamento e ``regularizar'' sua situação com a segunda mulher para poder continuar frequentando a igreja sem sofrer represálias.
Casado aos 19 anos, em 1978, ele saiu de casa sete anos depois, ``em comum acordo com a mulher'', após ter dois filhos.
Gallinella passou a viver com outra mulher em Brasília e continuou a frequentar a igreja.
O advogado dava até aulas de catecismo, pois achava que ``estava sem pecado''.
Mas a mudança para São Paulo, em 1992, e a oposição de um padre à sua situação conjugal colocou o Tribunal Eclesiástico no caminho de Gallinella.
Crisma
``Meu filho iria ser crismado na Igreja Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins. Antes da cerimônia, fui confessar, como faço todos os domingos'', conta o advogado.
``Mas o padre ficou sabendo que eu era separado e fechou o confessionário na minha cara sem nem me ouvir. Fiquei indignado com a atitude do padre.''
Para continuar tendo uma vida religiosa normal, o advogado procurou o tribunal e teve seu primeiro casamento anulado.
``Já havia casado na Igreja Católica Brasileira, que não é reconhecida pelo Vaticano, pois não sabia que podia ter meu casamento anulado. Quando consegui, me casei novamente. Saiu um peso da minha cabeça.''
Após a anulação de seu casamento, Gallinella passou a fazer ``propaganda'' do tribunal entre seus amigos católicos. (OC)
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