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LAFAYETTE DE AZEVEDO PONDÉ
História de um "ilustre" Pondé na Bahia
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi só concluir a genealogia da família para a prima
historiadora ter certeza de
que Lafayette de Azevedo
Pondé foi "não apenas o mais
ilustre dos Pondé, como
também o mais bonito".
A história começa com os
avós, gente simples da lavoura que fez dos cinco filhos
dois advogados e três médicos; um deles foi o pai de
Pondé, João, que, diz a família, foi o médico que exumou
e reconheceu o corpo de Antônio Conselheiro após a
Guerra de Canudos. O filho
teria que ser ilustre. "E todas
as mulheres da Bahia suspiravam por ele."
Um dentre nove irmãos,
foi o menino alto e esguio
que subiu no telhado de casa
para fotografar o dirigível
Zeppelin ao sobrevoar a Bahia -foto que ainda hoje é tesouro na família. Advogado,
foi promotor público até que,
em 1937, com o Estado Novo
de Getúlio Vargas, foi nomeado secretário de Justiça
pelo interventor da Bahia.
E dedicou-se ao direito administrativo, lecionando na
Universidade Federal da Bahia, onde foi reitor de 1971 a
1975 -época em que fundou
a Escola de Administração.
"Mas não suportava homenagens, coisa rara na Bahia."
Por isso, não aceitou dar seu
nome à escola. Foi ainda presidente do Tribunal de Contas do Estado e sócio-fundador da Academia de Letras Jurídicas da Bahia.
Tinha três filhos e sete netos. "Mas estava cansado de
viver", se alimentava de lembranças e sentia falta dos
contemporâneos. Morreu na
quarta, por causa de uma
pneumonia, aos 101 anos.
obituario@folhasp.com.br
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