São Paulo, domingo, 30 de março de 2008

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LAFAYETTE DE AZEVEDO PONDÉ

História de um "ilustre" Pondé na Bahia

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi só concluir a genealogia da família para a prima historiadora ter certeza de que Lafayette de Azevedo Pondé foi "não apenas o mais ilustre dos Pondé, como também o mais bonito".
A história começa com os avós, gente simples da lavoura que fez dos cinco filhos dois advogados e três médicos; um deles foi o pai de Pondé, João, que, diz a família, foi o médico que exumou e reconheceu o corpo de Antônio Conselheiro após a Guerra de Canudos. O filho teria que ser ilustre. "E todas as mulheres da Bahia suspiravam por ele."
Um dentre nove irmãos, foi o menino alto e esguio que subiu no telhado de casa para fotografar o dirigível Zeppelin ao sobrevoar a Bahia -foto que ainda hoje é tesouro na família. Advogado, foi promotor público até que, em 1937, com o Estado Novo de Getúlio Vargas, foi nomeado secretário de Justiça pelo interventor da Bahia.
E dedicou-se ao direito administrativo, lecionando na Universidade Federal da Bahia, onde foi reitor de 1971 a 1975 -época em que fundou a Escola de Administração. "Mas não suportava homenagens, coisa rara na Bahia." Por isso, não aceitou dar seu nome à escola. Foi ainda presidente do Tribunal de Contas do Estado e sócio-fundador da Academia de Letras Jurídicas da Bahia.
Tinha três filhos e sete netos. "Mas estava cansado de viver", se alimentava de lembranças e sentia falta dos contemporâneos. Morreu na quarta, por causa de uma pneumonia, aos 101 anos.

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