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EDUCAÇÃO
MEC quer tornar cursos de
graduação mais flexíveis
MARTA AVANCINI
da Reportagem Local
Tornar a estrutura dos cursos de
graduação mais flexível é o principal objetivo de uma reforma que o
Ministério da Educação está começado a realizar em todo o país.
A primeira etapa do processo, já
em andamento, consiste em uma
série de discussões que estão sendo realizadas por universidades,
faculdades e outras instituições de
ensino superior. Elas têm prazo
até 29 de maio para apresentar à
Sesu (Secretaria de Ensino Superior) suas sugestões para reformulação dos currículos.
As sugestões serão encaminhadas às 38 equipes de especialistas
contratadas pela Sesu, que vão
formular as diretrizes curriculares
para todos os cursos de graduação. A partir das diretrizes, as instituições terão liberdade para estruturar os cursos de graduação
como quiserem.
Conforme as propostas ficarem
prontas, elas serão submetidas à
aprovação do Conselho Nacional
de Educação. "A ambição é fechar
o processo de homologação dos
currículos até o final do ano. Em
algumas áreas, em que a discussão
está mais avançada, isso deve ser
possível", diz Rubens de Oliveira
Martins, assessor do Departamento de Política do Ensino Superior.
Mudanças
A idéia central é substituir a
atual estrutura curricular, baseada
em disciplinas e em cargas horárias fixas, por outro modo de organização, como por exemplo um
sistema de módulos.
Os conteúdos e as cargas horárias obrigatórios devem corresponder, no máximo, a 50% do total a ser cumprido pelos alunos.
A mudança -que é válida para
as instituições públicas e particulares- é possível por causa da nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional), que prevê
a flexibilização na organização de
cursos e carreiras.
Na prática, isso significa liberdade para as instituições montarem
os cursos como acharem mais
adequado, abrindo a possibilidade
de criação de cursos de graduação
mais curtos. Esta é uma tendência
que já existe em outros países.
"É preciso abrir possibilidades
para que as instituições possam fazer alterações nos currículos de
modo que os profissionais formados por elas possam acompanhar
a evolução do conhecimento", diz
Eunice Durham, membro do Conselho Nacional de Educação.
Defasagem
A iniciativa agrada às instituições, que vêem nela a possibilidade de formar um profissional mais
adequado ao mercado de trabalho.
"Existem currículos, como o da
área de pedagogia, que têm quase
30 anos e estão defasados", diz Gabriel Rodrigues, presidente da Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino
Superior de São Paulo).
A pró-reitora Acadêmica da
Universidade São Judas Tadeu,
Ana Maria Altenfelder Mesquita
Meirelles, acha que existem distorções a serem corrigidas. "Não
faz sentido manter o curso de contabilidade em cinco anos como é
hoje. A carga horária atual cabe
perfeitamente em quatro anos. Há
profissões, como a de contabilista,
que precisam ser repensadas. O
mercado mudou."
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