|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMBIENTE
Ministério Público Federal avaliará depósitos da Rhodia
Área contaminada na Baixada Santista volta a ser investigada
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Mais de 20 anos depois da descoberta dos primeiros depósitos
clandestinos, a deposição no solo
da Baixada Santista de resíduos
industriais tóxicos pertencentes à
multinacional Rhodia voltou a ser
alvo de investigação.
Embora estejam em execução
as sentenças judiciais referentes a
duas ações civis públicas movidas
pelo Ministério Público Estadual,
que obrigaram a Rhodia a desenvolver um plano de recuperação
das áreas contaminadas, o Ministério Público Federal instaurou
neste ano um novo procedimento
de apuração do caso.
Segundo o procurador da República Antonio José Daloia, o
objetivo é verificar se foram adequadas as ações adotadas pela
Rhodia para controlar a poluição
química, se ainda há risco à saúde
pública e se existem outros depósitos clandestinos, além dos dez
descobertos entre 1978 e 1990 em
Cubatão, São Vicente e Itanhaém.
Outro lado
A Rhodia aposta no êxito de
uma experiência de tratamento
biológico por meio de fungos para conseguir eliminar, em prazo
ainda não estimado, os resíduos
tóxicos remanescentes.
Parte do material (cerca de 70
mil toneladas) foi incinerado na
fábrica de Cubatão até 1993, ano
em que a unidade sofreu interdição. Outra parte (33 mil toneladas) está numa estação de espera,
em São Vicente. Ainda existe lixo
industrial nos dez depósitos clandestinos da Baixada.
A Rhodia também promoveu,
por meio da aplicação de uma cobertura de argila compactada, o
"envelopamento" das camadas
de solo contaminado, de maneira
a evitar a infiltração de líquidos
com poluentes no lençol freático.
O projeto de tratamento biológico, feito em parceria com o Instituto de Botânica, está em fase de
testes de campo e começou o recolhimento de cerca de 300 fungos nativos da região. Desses, foram selecionados dois, um dos
quais se mostrou capaz, em testes
laboratoriais, de eliminar o hexaclorobenzeno por degradação à
razão de 20% a cada 60 dias, segundo o consultor da Rhodia Plínio de Souza Carvalho.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Em Bauru, já são 88 crianças intoxicadas Índice
|