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ADMINISTRAÇÃO
Caciques do partido participam de manifestação em defesa da lei que incluiu novos gastos na verba da educação
PT faz ato pró-Marta para dar fim à crise
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT faz hoje, dia em que começa a ser revista a expulsão do vereador Carlos Giannazi do partido, um ato político petista pró-Marta Suplicy. O objetivo é colocar uma pedra na polêmica que
envolve a administração e a mudança em uma lei para incluir novos gastos na verba da educação.
Caciques do partido vão à Prefeitura de São Paulo declarar
apoio à política de educação contra a qual Giannazi votou contra e
acabou expulso do PT.
A manifestação, às 16h30, reunirá deputados, os coordenadores
das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (Presidência), Antônio
Palocci Filho, e de José Genoino
(governo do Estado), José Machado, vereadores, que entregarão
um abaixo-assinado de apoio à
prefeita, e outros petistas.
O recado será o seguinte: embora a questão da inclusão de outros
gastos na verba da educação não
tenha sido discutida nas esferas
estadual e nacional do PT, será sinalizado que o partido apóia a
mudança proposta por Marta e
aprovada pela Câmara Municipal
no ano passado.
"Queremos mostrar que tanto o
programa nacional [do PT" quanto o estadual estão com Marta",
disse Paulo Frateschi, presidente
do Diretório Estadual do PT.
O primeiro passo já foi dado ontem. A Comissão Executiva do
Diretório Nacional do PT aprovou, por 12 a 3, uma moção de
apoio à política educacional de
Marta. O mesmo deverá ser feito
hoje pelo Diretório Estadual.
Esse tipo de apoio à gestão Marta não havia sido declarado pelo
PT antes, nem durante o ápice da
crise, na semana retrasada, quando Giannazi foi expulso por ter
votado contra o governo.
Por trás do ato de hoje, está uma
jogada simples. Disposto a reverter a expulsão de Giannazi para o
episódio não resvalar na candidatura de petistas, o PT também
quer evitar respingos na gestão
Marta -como dar margem à interpretação de que o governo sai
derrotado com a reversão da expulsão do vereador.
Executiva
O caso Giannazi será discutido
hoje na Executiva Estadual do PT
(21 integrantes). Serão ouvidos o
vereador Giannazi e Ítalo Cardoso, presidente do Diretório Municipal do PT, que o expulsou.
Por ter recorrido da decisão do
Diretório Municipal do PT, a expulsão de Giannazi foi suspensa
automaticamente.
A questão envolve o voto contrário de Giannazi, após o partido
ter fechado questão, ao projeto da
educação de Marta. O voto contrário, nesses casos, é vetado pelo
estatuto do partido.
Giannazi afirma que seu voto
acompanhou a "história" do PT e
os preceitos do próprio programa
de governo de Marta.
Segundo a Folha revelou na semana passada, a administração
Marta já deu "sinal verde" a favor
de uma punição mais branda para
Giannazi, medida que não era
apoiada antes pelo governo.
A mudança ocorreu após petistas avaliarem que a questão resvalaria nas campanhas de Lula e Genoino. Com a avaliação, houve
outro recuo do PT, que queria
analisar a expulsão de Giannazi só
após as eleições de outubro.
Negociada a punição mais
branda, a questão poderá ser decidida já nesta semana, com o posicionamento do Diretório Estadual (61 integrantes).
Segundo a Folha apurou, em
vez de expulsão o vereador deverá
ser punido com uma suspensão
temporária do partido, provavelmente pelo prazo de um ano.
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