São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Caciques do partido participam de manifestação em defesa da lei que incluiu novos gastos na verba da educação

PT faz ato pró-Marta para dar fim à crise

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT faz hoje, dia em que começa a ser revista a expulsão do vereador Carlos Giannazi do partido, um ato político petista pró-Marta Suplicy. O objetivo é colocar uma pedra na polêmica que envolve a administração e a mudança em uma lei para incluir novos gastos na verba da educação.
Caciques do partido vão à Prefeitura de São Paulo declarar apoio à política de educação contra a qual Giannazi votou contra e acabou expulso do PT.
A manifestação, às 16h30, reunirá deputados, os coordenadores das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (Presidência), Antônio Palocci Filho, e de José Genoino (governo do Estado), José Machado, vereadores, que entregarão um abaixo-assinado de apoio à prefeita, e outros petistas.
O recado será o seguinte: embora a questão da inclusão de outros gastos na verba da educação não tenha sido discutida nas esferas estadual e nacional do PT, será sinalizado que o partido apóia a mudança proposta por Marta e aprovada pela Câmara Municipal no ano passado.
"Queremos mostrar que tanto o programa nacional [do PT" quanto o estadual estão com Marta", disse Paulo Frateschi, presidente do Diretório Estadual do PT.
O primeiro passo já foi dado ontem. A Comissão Executiva do Diretório Nacional do PT aprovou, por 12 a 3, uma moção de apoio à política educacional de Marta. O mesmo deverá ser feito hoje pelo Diretório Estadual.
Esse tipo de apoio à gestão Marta não havia sido declarado pelo PT antes, nem durante o ápice da crise, na semana retrasada, quando Giannazi foi expulso por ter votado contra o governo.
Por trás do ato de hoje, está uma jogada simples. Disposto a reverter a expulsão de Giannazi para o episódio não resvalar na candidatura de petistas, o PT também quer evitar respingos na gestão Marta -como dar margem à interpretação de que o governo sai derrotado com a reversão da expulsão do vereador.

Executiva
O caso Giannazi será discutido hoje na Executiva Estadual do PT (21 integrantes). Serão ouvidos o vereador Giannazi e Ítalo Cardoso, presidente do Diretório Municipal do PT, que o expulsou.
Por ter recorrido da decisão do Diretório Municipal do PT, a expulsão de Giannazi foi suspensa automaticamente.
A questão envolve o voto contrário de Giannazi, após o partido ter fechado questão, ao projeto da educação de Marta. O voto contrário, nesses casos, é vetado pelo estatuto do partido.
Giannazi afirma que seu voto acompanhou a "história" do PT e os preceitos do próprio programa de governo de Marta.
Segundo a Folha revelou na semana passada, a administração Marta já deu "sinal verde" a favor de uma punição mais branda para Giannazi, medida que não era apoiada antes pelo governo.
A mudança ocorreu após petistas avaliarem que a questão resvalaria nas campanhas de Lula e Genoino. Com a avaliação, houve outro recuo do PT, que queria analisar a expulsão de Giannazi só após as eleições de outubro.
Negociada a punição mais branda, a questão poderá ser decidida já nesta semana, com o posicionamento do Diretório Estadual (61 integrantes).
Segundo a Folha apurou, em vez de expulsão o vereador deverá ser punido com uma suspensão temporária do partido, provavelmente pelo prazo de um ano.



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