THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OURO PRETO

Disputas políticas locais marcaram, ontem, a visita do ministro da Cultura, Gilberto Gil, a Ouro Preto. Até o fim da manhã, a prefeita Marisa Xavier (PDT) e o vice-prefeito João Bosco Perdigão (PT) advogavam para si a titularidade da prefeitura, o que levou o ministro a cancelar a reunião com a administração municipal.
O objetivo da visita era justamente discutir a situação da cidade, a primeira no país a ser declarada patrimônio cultural da humanidade e que enfrenta problemas de descaracterização de seu conjunto histórico.
O impasse político só foi resolvido no início da tarde. Uma liminar anulou a suspensão temporária dos direitos políticos da prefeita e de três vereadores de sua base de sustentação, determinada na segunda-feira pela Câmara.
Pesa contra a prefeita a acusação de negligência na defesa do patrimônio histórico da cidade e ingerência no Legislativo. A prefeita considerou "arbitrárias" as ações da Câmara. Em nota, afirmou que irá processar seu vice e o presidente da Câmara.

"Bom estado"
"Minha impressão é boa. Ouro Preto está em bom estado, mas precisa melhorar muito."
Essa é a opinião de Gilberto Gil, que visitou locais turísticos, como os museus do Oratório e da Inconfidência. Ele também verificou o casarão do século 18 que sofreu um incêndio no dia 14.
O encontro com a prefeita foi apenas protocolar. O ministro não anunciou a liberação de recursos e procurou minimizar a crise política no município.


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