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AIM não comenta; representante de frigorífico admite depósito
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Marcos Antonio Ferreira, diretor da empresa AIM Comércio e representante em São Paulo dos produtos da Sadia e da Mabel, disse ontem, por e-mail, que não teve
acesso à ação trabalhista proposta pelo advogado Sidney
Melquíades de Queiroz.
O advogado citou Ferreira
como um dos dois empresários
que centralizavam as atividades das empresas contrárias à
terceirização da merenda escolar nas prefeituras. Inúmeros e-mails de e para Ferreira foram
anexados à ação.
A íntegra da nota do empresário: "Estamos elaborando defesa, quanto aos atos e fatos alegados, para ser apresentada ao
juiz da vara trabalhista. Gostaria muito de lhe dar mais informações sobre o processo e,
eventualmente, rebater seu
conteúdo. No entanto, neste
momento, não há possibilidade
para isto. O processo foi retirado pela parte reclamante no dia
8 deste mês e ainda não foi devolvido. Portanto, não temos
conhecimento das alegações do
reclamante. Assim que tivermos acesso ao processo, teremos condições de lhe responder com mais precisão".
Também por e-mail, a assessoria de comunicação da Sadia
informou: "A Sadia desconhece
esse advogado e nunca contratou seus serviços. Portanto, não
fez nenhum pagamento a ele. O
atendimento da Sadia a órgãos
públicos sempre representou
uma parcela muito pequena
das vendas da companhia: menos de 1% das vendas da Sadia
no mercado interno".
O empresário Antonio Detoie, representante de frigoríficos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, também referido
nos e-mails como um dos que
ajudaram a pagar os serviços do
advogado Queiroz, disse que
ainda não foi citado na ação.
Detoie considerou "absurda"
a ação. "É verdade que esse
doutor Sidney, que não conheço pessoalmente, fez alguns
trabalhos como advogado, nessa área, agindo contra editais
que tinham irregularidades.
Eram achadas e combatidas
por ele. Se perguntar para mim,
eu não faço a menor ideia."
Detoie disse que "houve realmente, muitos anos atrás, uma
reunião inicial, na tentativa de
se formar uma empresa, uma
ONG, que tivesse um aspecto,
que poderia juntar todas aquelas pessoas que tinham por
princípio, que é o meu caso, ser
contra a terceirização".
O empresário reconheceu ter
feito pelo menos um depósito
para "auxiliar" a atuação de
Sidney. "Nós fizemos, sim, eu,
Antonio, pessoa física, fiz, mas
não sei se foi na conta do próprio Sidney. (...) Para que ele
pudesse, como advogado, trabalhar na causa que é minha,
ser contra a terceirização."
Mais adiante, ele afirmou
que "o Sidney agia por conta
própria, como advogado".
O advogado Queiroz disse
que o fato de não registrar impugnações em nome das empresas, mas em seu próprio nome, não configura crime.
"Nas vezes em que sempre
me encontrei com autoridades
públicas, políticas ou também
pessoas ligadas à mídia, sempre
deixei bem claro que eu estava
trabalhando, eu era remunerado para aquilo, e fazia aquilo em
nome de certas empresas, com
a cautela de não mencioná-las."
O deputado Sandro Mabel
(PR-GO), da indústria de bolachas homônima, disse que as
terceirizações estão causando
danos ao patrimônio público.
"Há uma série de denúncias e
um estudo muito aprofundado
mostrando as irregularidades",
disse o deputado. Ele afirmou
que nem ele nem sua empresa
ajudaram a pagar o advogado.
Representantes das empresas Dunga, Biolac, CCM, Socom, Oderich e Cathita não foram localizados. Detoie representa as empresas ATV e Frisa.
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