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Em 25 minutos, reunião decidiu volta para casa
JOSÉ EDUARDO RONDON
AFONSO BENITES
DA AGÊNCIA FOLHA
A presidente da Emgerpi (Empresa de Gestão de
Recursos do Piauí) -estatal responsável pela barragem Algodões 1-, Lucile
Moura, diz que seguiu ordem do governador Wellington Dias (PT) ao autorizar que famílias retiradas de áreas de risco próximas à barragem voltassem
para casa menos de uma
semana antes do rompimento do complexo.
"O governador fez um
acordo com as famílias para que, tão logo tivesse um
parecer da engenharia que
desse orientação de segurança da barragem, a gente
retornasse com elas para
suas casas. O que a gente
tinha lá? Um parecer da
engenharia."
O parecer favorável foi
dado pelo engenheiro Luiz
Hernane de Carvalho.
A liberação do retorno
foi decidida em reunião
entre representantes de
vários órgãos na prefeitura do município, no dia 21.
A reportagem teve acesso à ata do encontro. A
transcrição diz que o engenheiro, contratado pelo
governo do Estado, disse
que não havia "hipótese
alguma" de rompimento
da barragem e que os moradores poderiam voltar
para casa. Ressalvou que
deveria ser evitada a volta
"daqueles que moram no
leito do rio [Pirangi]".
O documento da reunião, que durou cerca de
25 minutos, diz que Carvalho declarou que uma
rampa de acesso da barragem cairia, mas que não
causaria problemas.
Lucile Moura disse naquela ocasião que o retorno dos moradores poderia
ser feito de imediato.
Além de Moura e Carvalho, assinaram a ata do encontro outras 18 pessoas.
Havia representantes da
Secretaria Municipal de
Assistência Social, da
Guarda Civil Municipal,
do Corpo de Bombeiros e
da Polícia Militar do Piauí.
A Folha tentou contato
com o engenheiro ontem,
pelo segundo dia seguido,
sem sucesso. O governador também não comentou as declarações de Lucile Moura até a conclusão
desta edição. Segundo sua
assessoria, ele fez cirurgia
odontológica anteontem.
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