São Paulo, sábado, 30 de maio de 2009

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D'ALEMBERT JACCOUD (1934-2009)

O bem informado crítico dos militares

JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Seu texto trazia invejável precisão. Indignava-se com o regime militar-chegou a ser preso e submetido a uma simulação de fuzilamento-, mas não perdia o rigor na apuração das notícias e nas formulações elegantes, durante anos como repórter ou colunista de política.
O jornalista e advogado D"Alembert Jaccoud morreu domingo, em Brasília, dez dias antes de fazer 75 anos. Foi vencido por um câncer detectado quatro anos antes, que exigiu três cirurgias. Havia deixado o jornalismo 31 anos atrás. Advogava, e seu escritório atendia gratuitamente pessoas humildes.
Capixaba, D'Alembert foi viver em Brasília, onde trabalhou como repórter e colunista da Folha entre 1957 e 1968. Projetou-se como observador refinado e ganhou visibilidade num período difícil da cobertura política. Transferiu-se para o "Jornal do Brasil". Seguiram-se postos de chefia nas revistas "Visão" e "Veja". Os militares o identificavam como inimigo do regime. Mas não era radical. Incomodava o establishment com a única arma de que dispunha, a da boa informação.
Foi o primeiro a falar do apoio do MDB, em 1978, à candidatura presidencial dissidente do general Euler Monteiro, que desafiou o jogo de cartas marcadas que levaria ao Planalto o general João Baptista Figueiredo.
D'Alembert foi sepultado no Espírito Santo. Ele deixou a mulher, Gioconda, quatro filhos e nove netos.

obituario@grupofolha.com.br

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