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D'ALEMBERT JACCOUD (1934-2009)
O bem informado crítico dos militares
JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Seu texto trazia invejável
precisão. Indignava-se com o
regime militar-chegou a ser
preso e submetido a uma simulação de fuzilamento-,
mas não perdia o rigor na
apuração das notícias e nas
formulações elegantes, durante anos como repórter ou
colunista de política.
O jornalista e advogado
D"Alembert Jaccoud morreu
domingo, em Brasília, dez
dias antes de fazer 75 anos.
Foi vencido por um câncer
detectado quatro anos antes,
que exigiu três cirurgias. Havia deixado o jornalismo 31
anos atrás. Advogava, e seu
escritório atendia gratuitamente pessoas humildes.
Capixaba, D'Alembert foi
viver em Brasília, onde trabalhou como repórter e colunista da Folha entre 1957 e
1968. Projetou-se como observador refinado e ganhou
visibilidade num período difícil da cobertura política.
Transferiu-se para o "Jornal do Brasil". Seguiram-se
postos de chefia nas revistas
"Visão" e "Veja". Os militares o identificavam como
inimigo do regime. Mas não
era radical. Incomodava o
establishment com a única
arma de que dispunha, a da
boa informação.
Foi o primeiro a falar do
apoio do MDB, em 1978, à
candidatura presidencial
dissidente do general Euler
Monteiro, que desafiou o jogo de cartas marcadas que
levaria ao Planalto o general
João Baptista Figueiredo.
D'Alembert foi sepultado
no Espírito Santo. Ele deixou a mulher, Gioconda,
quatro filhos e nove netos.
obituario@grupofolha.com.br
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