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Falta de recursos freia sinalização nas rodovias federais
Dos 28 mil km previstos para este ano, apenas 1.745 km (6%) tiveram a pintura de faixas realizadas pelo governo
Programa de recuperação da sinalização foi lançado por Lula em 2006; problema ocorre enquanto aumentam índices de acidentes no país
EDUARDO SCOLESE
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Lançado em meados do ano
passado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva como garantia de segurança aos motoristas, o programa do governo
federal de recuperação da sinalização das rodovias está praticamente parado em 2007 por
conta da falta de recursos, segundo o Dnit (Departamento
Nacional de Infra-Estrutura de
Transportes).
De um total de 28 mil km
previstos para este ano, apenas
1.745 km (6%) tiveram a sinalização horizontal (pintura de
faixas) realizada. A falta de recursos também compromete a
instalação de placas -11% da
meta de 2007 foi cumprida.
E essa paralisia desde janeiro
na pintura de faixas e na instalação de placas ocorre no momento em que a Polícia Rodoviária Federal registra aumento nos números de acidentes,
mortes e feridos nas estradas.
No primeiro semestre deste
ano, numa comparação com o
mesmo período de 2006, o número de acidentes nas rodovias
federais cresceu 10% e o de
mortes, 7%. Entre janeiro e 20
de junho deste ano, foram
2.989 mortos, contra 2.781 no
intervalo do ano passado.
Para o final de julho, o Dnit
aguarda uma medida provisória no valor aproximado de R$
120 milhões para que as empresas contratadas pelo Pro Sinal
(Programa de Sinalização nas
Rodovias Federais) possam
continuar os trabalhos.
"É óbvio que houve uma paralisia, porque o grosso [da liberação de recursos] foi no ano
passado", disse Luiz Cláudio
dos Santos Varejão, coordenador-geral de Operações Rodoviárias do Dnit.
Para 2007, segundo o coordenador, o Ministério do Planejamento autorizou R$ 39 milhões. Os recursos, porém, só
foram liberados, parcialmente,
em maio: R$ 12,5 milhões.
Até maio deste ano o programa foi tocado com aproximadamente R$ 25 milhões de restos a pagar de 2006. "Se tivesse
usado o dinheiro todo [em
2006], estava até maio deste
ano sem fazer nada", afirmou
Marcelino Santos Rosa, coordenador de segurança do Dnit.
Segundo a PRF, a operação
tapa-buraco fez aumentar a velocidade dos veículos. Com isso, e sem o trabalho de sinalização, cresce o número de acidentes. São as chamadas rodovias
"pretas", ou seja, recapeadas,
mas sem as faixas.
"Da operação tapa-buraco
para cá, os principais corredores receberam uma boa atenção quanto às condições de tráfego. Obviamente tem ainda
um problema de engenharia
que melhora um pouco a trafegabilidade, mas a questão da sinalização e os instrumentos de
restrição ainda não foram tratados", afirma o inspetor Alvarez Simões, coordenador de
Controle Operacional da PRF.
Procurados por meio de sua
assessoria de imprensa, o Ministério do Planejamento afirmou que as verbas do programa
Pro Sinal são administradas pelo Ministério dos Transportes.
O Ministério dos Transportes
afirmou, também via assessoria
de imprensa, que está trabalhando para liberar os recursos.
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