São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2011

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HILTON LUIZ LIBOS (1954-2011)

Foi poeta e jornalista do caderno "Folhetim"

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A juventude de Hilton Luiz Libos, no começo da década de 70, coincidiu com a rigidez da ditadura militar no Brasil. Tão inquieto quanto a avó, uma cigana espanhola, fez a mala e foi para a Europa.
Na aventura, parava onde conseguia emprego e escrevia tentando seguir o conselho que Erico Verissimo lhe dera. Anos antes, tivera a chance de entrevistar o escritor e de lhe mostrar seus rascunhos. "Já que você gosta de escrever poesias, é preciso se definir por elas", ouviu.
Aos 21, voltou da viagem casado com uma alemã, com quem foi viver em São Paulo.
Na carreira como jornalista, o filho de um gerente de transporte e comércio com uma estilista começara cedo, com apenas 15 anos, em sua cidade natal, Londrina (PR).
Após o retorno, trabalhou no jornal "Movimento" e nesta Folha, onde integrou a equipe do caderno dominical "Folhetim", que marcou o jornalismo cultural na segunda metade dos anos 70.
No início da década de 80, decidiu reunir seus poemas do período europeu e lançá-los no livro "Alísios e Contra Alísios". Foi sua única obra.
Com o tempo, como lembra o irmão Arcangelo, Hilton foi deixando de lado o envolvimento com a música e o teatro e passou a se dedicar apenas às reportagens.
Era bem-humorado e extremamente exigente -o que o tornava um pouco temperamental, segundo a família.
O irmão o descreve como anarquista. No fim da vida, porém, deu uma guinada e virou católico fervoroso.
Sofria de problemas cardíacos e renais. Separado, morreu anteontem, aos 56 anos, deixando dois filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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