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Grupo de Diadema vai para frente da CDHU
DA REPORTAGEM LOCAL
A calçada em frente ao prédio
da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) em São Paulo ganhou ontem
mais 200 sem-teto, provenientes
de Diadema, Grande São Paulo.
Funcionários da empresa estadual têm de usar a porta lateral.
O grupo chegou ontem em quatro ônibus à avenida Nove de Julho (zona oeste), onde já estavam
415 famílias. Alguns sem-teto
montaram suas barracas no canteiro central da avenida, entre os
corredores de ônibus de cada pista. Todos usam um banheiro improvisado em um bueiro.
Eles deixaram o hotel Danúbio,
no centro da cidade, na última
quinta-feira, após terem ocupado
o edifício na madrugada da segunda-feira da semana passada.
Hamilton Silvio de Souza, coordenador do Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC), se mostrava ontem desanimado com a
paralisação das negociações com
a CDHU, que só retomará o diálogo quando os sem-teto saírem do
local. "Se derem alojamento provisório para cem famílias, nós saímos", diz Souza. "A vizinhança,
agora, nega até água para nós."
Famílias que invadiram o prédio do hotel Terminus, na avenida Ipiranga (no centro), têm reunião hoje, às 11h, para tentar adiar
a reintegração de posse determinada pela Justiça na última sexta.
O dono do imóvel, que seria Ricardo Nunes Peres, segundo os
sem-teto, deve estar presente.
Os integrantes do MSTC também esperam uma solução para
as ocupações dos três edifícios
particulares na capital, que abrigam em condições precárias 2.500
famílias, na reunião de amanhã,
às 16h30, na sede da Secretaria
Municipal da Habitação, que incluirá representantes do Ministério das Cidades, da Secretaria da
Habitação do Estado e da Caixa
Econômica Federal.
O advogado do movimento,
Manoel Del Rio, disse que serão
dez os representantes dos vários
grupos dos sem-teto presentes na
reunião. A pauta de negociação
inclui a entrega de 2.000 unidades
habitacionais até o final do ano e
500 já, em caráter de emergência.
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