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ADMINISTRAÇÃO
Mas a decisão vale só até o julgamento do mérito do pedido da Promotoria, que deve ocorrer em 2 meses
TJ cassa liminar que veta obra na Ibirapuera
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo ganhou ontem a mais recente batalha na guerra travada contra o Ministério Público a respeito da
construção, no parque Ibirapuera
(zona sul de SP), do auditório
projetado por Oscar Niemeyer. A
obra, que deveria ter começado
em janeiro, mas foi barrada por
uma liminar conseguida pela Promotoria de Meio Ambiente da
Capital, volta a poder ser iniciada.
Por unanimidade, os três desembargadores da 1ª Câmara de
Férias de Direito Público do Tribunal de Justiça (TJ) cassaram a
liminar, atendendo a um recurso
do município. O entendimento
foi que o Ministério Público não
conseguiu demonstrar que o auditório traria prejuízos à cidade.
A vitória, porém, está longe de
ser o fim da disputa. Não deve
tampouco significar que o prédio
-orçado em R$ 20 milhões, a serem pagos pela TIM- já começará a ser construído.
A decisão de ontem só tem validade até que o TJ julgue o mérito
do pedido de embargo da obra
feito pela Promotoria -o que deve ocorrer nos próximos dois meses. A deliberação ainda poderá
ser questionada no Supremo Tribunal de Justiça, em Brasília.
Além desse trâmite, há ainda,
correndo na 5ª Vara da Fazenda
Pública de São Paulo, a ação civil
pública contra o projeto, que terá
de ser julgada.
Em razão do tempo que a Justiça pode levar para chegar a um
veredicto final sobre o auditório, a
prefeita Marta Suplicy (PT) disse
temer que o projeto não saia do
papel. "Ninguém vai querer investir numa obra que pode ser
embargada", afirmou. Segundo
ela, a construção só começará
quando houver a certeza de que
não será interrompida.
Por isso Marta endereçou um
misto de apelo e puxão de orelha à
Promotoria. "Nós gostaríamos de
pedir encarecidamente que eles
desistissem da ação. Está claro
que foi um erro, e, quando a gente
erra, tem de ter humildade de, numa certa hora, parar", afirmou.
Como bandeira de paz, a prefeitura se dispôs a voltar a discutir o
acordo inicialmente fechado com
o Ministério Público, no qual se
comprometia a tirar 80 mil metros de asfalto para compensar a
impermeabilização causada pelo
auditório. Mas, desta vez, quer
que a Promotoria dê o primeiro
passo na negociação. "A gente já
fez o que tinha de fazer. Fomos lá
pedir que sejamos escutados, e
eles decidiram que a gente não tinha de ser escutado", disse.
A Promotoria informou que
não se pronunciaria sobre a cassação da liminar e as declarações da
prefeita até ter sido oficialmente
informado da decisão do TJ.
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