São Paulo, sexta-feira, 30 de julho de 2004

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BARBARA GANCIA

Maluf está no papel dele

Há duas semanas, o ex-prefeito Paulo Maluf entrou na Justiça para pedir direito de resposta à coluna publicada por esta humilde datilógrafa em 16 de julho último, intitulada "Seu ouvido está à disposição?".
Segundo o pedido apresentado à Justiça, eu teria utilizado de "expediente ardil" para "imputar ofensas" ao ex-prefeito e, de forma indireta, o teria qualificado de "mentiroso", "dissimulado" e "cara-de-pau".
A sentença expedida pela Justiça nesta segunda-feira não enxergou ofensa alguma no texto e o sr. Maluf não obteve espaço idêntico ao desta coluna, como manda a lei, onde oferecer a sua almejada resposta.
Qual a lição a ser aprendida? Bem, em face das inúmeras vezes que já entrou na Justiça contra mim, eu poderia dizer que o sr. Maluf está de marcação cerrada contra esta coluna. Mas prefiro analisar por outro ângulo.
Da mesma forma que utiliza seu dinheiro de "origem maravilhosa" contratando os melhores profissionais disponíveis, Paulo Maluf também está no papel dele nas vezes em que faz uso de expedientes permitidos por lei para tentar calar quem o estorva.
Assim como contratou um dos melhores jornalistas do país e ex-chefe de redação de um jornal de grande circulação, o sr. Adilson Laranjeira, para ser seu assessor de imprensa, Maluf também pode se dar ao luxo de acionar um formidável escritório de advocacia para entrar na Justiça contra todo e qualquer jornalista que publique textos a seu respeito que o façam torcer o nariz.
O candidato do PP à prefeitura já conquistou os privilégios que a lei oferece aos septuagenários; as acusações que a Promotoria Pública lhe imputa têm prazo de prescrição menor e as leis de remessa de valores para o exterior são posteriores às datas que constam do calhamaço vindo da Suíça. Ou seja: há boas chances de que as acusações contra Maluf acabem se esvaindo no ar. Assim sendo, nada mais natural que ele empreenda grandes quantias para tentar salvaguardar sua reputação, enquanto espera o vendaval passar. Ao menos, é dinheiro mais bem empregado do que aquele milhão de dólares consumido em cassino de Atlantic City.
 
Como é que só agora vem à tona a informação de que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não pagou imposto de renda em 2001? Antes de ser aprovado como ministro da moeda, Henrique Meirelles não foi longamente sabatinado pelo Senado?

QUALQUER NOTA

Fofa
Na Band, Preta Gil já deixa saudades. Ao fim das gravações do lote inicial de "Caixa Preta", ela cumprimentou, um por um, os profissionais que trabalharam com ela. O pessoal diz nunca ter visto tamanha delicadeza.

Imaginário
Se existe um espião português, deve haver toureiro sudanês, sambista suíço e candomblé no Kansas.

Bate na madeira
Para não "atrair urucubaca", o avião da Presidência não se chamará Santos Dumont. Na biografia "Asas da Loucura", Paul Hoffman diz que a fama de agourento do aviador nasceu de um vôo numa sexta-feira, 13.

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