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Com bens avaliados em R$ 100 milhões, Quintino Facci, de Ribeirão Preto, privilegiou um dos filhos
Milionário exclui 6 filhos de testamento
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
O fazendeiro Quintino Facci,
que morreu anteontem aos 92
anos, de pneumonia, deixou todos os seus bens, avaliados em
mais de R$ 100 milhões, disponíveis para apenas um filho. Ele
decidiu ignorar os outros seis no
testamento registrado em março
deste ano.
Segundo a família, o fazendeiro tinha em seu nome uma fazenda com 2.000 hectares e mais
15 milhões de m2 em terrenos em
Ribeirão Preto.
Na escritura pública de testamento, o fazendeiro deixa 49%
de sua herança para o filho
Quintino José Facci, 40, e 1% para o advogado Luiz Fernando
dos Santos, amigo pessoal.
Pela lei brasileira, os filhos são
herdeiros legítimos e têm direito
a, no mínimo, 50% dos bens do
pai. A distribuição da outra metade fica a critério do detentor
do bem, e a doação pode ser feita
a qualquer pessoa ou entidade.
Dessa forma, os outros filhos
irão dividir cerca de 42% dos
bens do fazendeiro, já que José
também entra na partilha dos
50%. "Pela vontade do meu pai,
ele deixaria 100% para mim",
afirmou José.
A decisão do patriarca tem relação direta com o episódio envolvendo o assassinato de seu filho Quintino Francisco Facci,
em dezembro de 2002.
O pai acreditava que o mandante do crime era seu outro filho Quintino Antonio Facci, que
chegou a ser preso e hoje aguarda o julgamento em liberdade.
"Infelizmente, meu pai morreu com isso", afirmou José, único dos filhos que ficou ao lado de
Quintino Facci na crença de que
as provas apontam para a culpabilidade de Antonio. Segundo
José, o apoio público dos outros
filhos a Antonio, manifestado a
jornais, foi o motivo que levou o
patriarca a tirá-los do testamento. José afirma que o pai ficou
magoado porque os filhos não o
informaram primeiro que tinham passado a acreditar na
inocência de Antonio.
Antes de assinar o testamento,
para evitar uma provável contestação judicial dos preteridos,
Facci se submeteu a três exames
neuropsicológicos para comprovar sua sanidade mental.
A filha Antonieta Facci, 50, disse que o pai registrou o testamento num momento de desavença familiar que vinha sendo
superada nos últimos meses.
Colaborou KATIUCIA MAGALHÃES,
Free-lance para a Folha Ribeirão
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