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RETRATOS DO BRASIL
Cidade que fica a 481 km da capital tem apenas 831 moradores, de acordo com a Fundação Seade
Borá possui menor número de habitantes
DA REPORTAGEM LOCAL
Município com a menor população de São Paulo, Borá (481 km
da capital) tem 831 habitantes, segundo dados da Fundação Seade,
e representa um contraste diante
da grandeza de um Estado com 40
milhões de pessoas. A cidade, que
tem 114 km2, possui cerca de 20
ruas, 350 casas e divide-se apenas
em centro e zona rural.
Quase nada em Borá soma uma
dezena. Há, no município, uma
escola pública, um posto de saúde, uma delegacia, um supermercado, uma farmácia, dois restaurantes e cinco igrejas (uma católica e quatro evangélicas).
Segundo o prefeito, Nelson Celestino Teixeira (PSDB), a população da cidade só não é maior porque faltam casas. Ele diz que vai
tentar, junto a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São
Paulo), a construção de 150 novos
imóveis. A receita anual do município, R$ 3,1 milhões, não comporta a despesa.
Diferentemente da maior parte
dos municípios paulistas, em Borá não há problema de desemprego, segundo o prefeito. A maior
parte da população da cidade e de
localidades vizinhas trabalha numa usina de cana-de-açúcar que
emprega 1.600 pessoas. Violência
também não é considerada um
problema. "Assalto nunca tem. O
último crime que eu lembro foi
uma morte que aconteceu há um
ano por motivo conjugal", diz.
A dona-de-casa Neuza de Oliveira Carvalho, 60, elogia a moradia na cidade. "Adoro esse lugar, é
bom para viver e criar os filhos",
afirma ela que tem nove filhos e
seis netos. "Não há notícia de roubo nem tem menino de rua."
Decréscimo
Distante 341 quilômetros da capital, Itaóca foi o município paulista que registrou maior decréscimo populacional: -1,7%. Tinha
3.938 habitantes em 1991, caiu para 2.966 neste ano.
O esvaziamento da cidade tem
acontecido devido a falta de empregos. A economia, que era baseada na agricultura, começou a
se voltar para a pecuária, que necessita de pouca mão-de-obra.
Segundo o prefeito, Aluízio Ribas de Andrade (PFL), a falta de
equipamentos para trabalhar a
terra, como tratores e arados,
também foi responsável pela queda da agricultura.
Para estimular o crescimento da
cidade e gerar empregos, Andrade pretende investir na exploração turística das mais de dez cachoeiras que existem no município. Para isso, tenta que o Estado
asfalte um trecho de 24 quilômetros da estrada que leva ao município. A receita anual de Itaóca é
de cerca de R$ 3,5 milhões, segundo informou o prefeito.
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