São Paulo, sábado, 30 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RETRATOS DO BRASIL

Cidade que fica a 481 km da capital tem apenas 831 moradores, de acordo com a Fundação Seade

Borá possui menor número de habitantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Município com a menor população de São Paulo, Borá (481 km da capital) tem 831 habitantes, segundo dados da Fundação Seade, e representa um contraste diante da grandeza de um Estado com 40 milhões de pessoas. A cidade, que tem 114 km2, possui cerca de 20 ruas, 350 casas e divide-se apenas em centro e zona rural.
Quase nada em Borá soma uma dezena. Há, no município, uma escola pública, um posto de saúde, uma delegacia, um supermercado, uma farmácia, dois restaurantes e cinco igrejas (uma católica e quatro evangélicas).
Segundo o prefeito, Nelson Celestino Teixeira (PSDB), a população da cidade só não é maior porque faltam casas. Ele diz que vai tentar, junto a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), a construção de 150 novos imóveis. A receita anual do município, R$ 3,1 milhões, não comporta a despesa.
Diferentemente da maior parte dos municípios paulistas, em Borá não há problema de desemprego, segundo o prefeito. A maior parte da população da cidade e de localidades vizinhas trabalha numa usina de cana-de-açúcar que emprega 1.600 pessoas. Violência também não é considerada um problema. "Assalto nunca tem. O último crime que eu lembro foi uma morte que aconteceu há um ano por motivo conjugal", diz.
A dona-de-casa Neuza de Oliveira Carvalho, 60, elogia a moradia na cidade. "Adoro esse lugar, é bom para viver e criar os filhos", afirma ela que tem nove filhos e seis netos. "Não há notícia de roubo nem tem menino de rua."

Decréscimo
Distante 341 quilômetros da capital, Itaóca foi o município paulista que registrou maior decréscimo populacional: -1,7%. Tinha 3.938 habitantes em 1991, caiu para 2.966 neste ano.
O esvaziamento da cidade tem acontecido devido a falta de empregos. A economia, que era baseada na agricultura, começou a se voltar para a pecuária, que necessita de pouca mão-de-obra.
Segundo o prefeito, Aluízio Ribas de Andrade (PFL), a falta de equipamentos para trabalhar a terra, como tratores e arados, também foi responsável pela queda da agricultura.
Para estimular o crescimento da cidade e gerar empregos, Andrade pretende investir na exploração turística das mais de dez cachoeiras que existem no município. Para isso, tenta que o Estado asfalte um trecho de 24 quilômetros da estrada que leva ao município. A receita anual de Itaóca é de cerca de R$ 3,5 milhões, segundo informou o prefeito.


Texto Anterior: População de SP chega hoje a 40 milhões
Próximo Texto: Contagem regressiva: "Bebê terá história para contar"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.