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ADMINISTRAÇÃO
Idéia foi apresentada ontem pelo subprefeito da Capela do Socorro; prefeito disse que foi uma brincadeira
Tucano propõe jibóia para combater ratos
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
O subprefeito da Capela do Socorro, José Augusto da Silva Ramos (PSDB), propôs ontem levar
uma jibóia para a zona sul, para
combater a superpopulação de
ratos. "Eu já estou pedindo uma
[jibóia] no Instituto Butantan para ensinar como acondicionar,
como criar", disse o tucano.
Ele fez a afirmação durante uma
entrevista coletiva, em evento que
teve a participação do prefeito José Serra (PSDB). Depois, à Folha,
Ramos disse que "logicamente se
trata de uma campanha educativa". Serra disse que foi uma brincadeira do subprefeito.
O subprefeito argumenta que
existem hoje oito ratos por cidadão no município -o que daria
cerca de 80 milhões de roedores.
A causa da proliferação seria, segundo ele, o aumento da quantidade de restos alimentares.
"As pessoas têm duas opções:
ou criam jibóia ou participam do
nosso projeto de tirar o alimento
do ralo, não colocar o lixo em lugar inadequado", disse Ramos.
De acordo com ele, a campanha já
tem até slogan: "Adote uma jibóia
de estimação para comer ratos".
"O subprefeito foi prefeito de
Diadema. E, na época, eles tinham
corujas para combater a praga de
ratos. Hoje ele falou jibóia, mas foi
brincando. Não vamos fazer um
programa de uma jibóia para cada um", afirmou Serra.
Ramos foi prefeito de Diadema
entre 1989 e 1992, quando pertencia ao PT, e levou uma coruja para
combater os ratos do município.
Mas, segundo ele, a coruja não se
adaptaria ao ambiente paulistano.
"Em Diadema, as pessoas nem
sempre conseguiam criar um habitat para que as corujas viessem,
mas conseguiram participar do
outro projeto, que foi retirar o lixo", relatou Ramos.
De acordo com Francisco Luiz
Franco, pesquisador do Instituto
Butantan, a idéia de criar jibóias
não teria bons resultados. "A gente não recomenda esse tipo de atitude. Tirar a cobra de um ambiente e colocar em outro significa
mais desequilíbrio. Cobras não
vão minimizar o problema e não
têm condições de sobreviver na
cidade", explicou.
O secretário de Subprefeituras,
Walter Feldman, explicou que a
idéia não é a de as pessoas comprarem jibóias. "Por ser perigoso
ou, no mínimo, desagradável, nós
recomendamos a todo mundo
entrar na empreitada de combate
ao lixo", afirmou.
De acordo com Feldman, a Secretaria da Saúde cuida do controle de ratos e deve apresentar os
venenos, além de contratar agentes para o trabalho de combate.
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