São Paulo, sábado, 30 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ADMINISTRAÇÃO

Idéia foi apresentada ontem pelo subprefeito da Capela do Socorro; prefeito disse que foi uma brincadeira

Tucano propõe jibóia para combater ratos

SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL

O subprefeito da Capela do Socorro, José Augusto da Silva Ramos (PSDB), propôs ontem levar uma jibóia para a zona sul, para combater a superpopulação de ratos. "Eu já estou pedindo uma [jibóia] no Instituto Butantan para ensinar como acondicionar, como criar", disse o tucano.
Ele fez a afirmação durante uma entrevista coletiva, em evento que teve a participação do prefeito José Serra (PSDB). Depois, à Folha, Ramos disse que "logicamente se trata de uma campanha educativa". Serra disse que foi uma brincadeira do subprefeito.
O subprefeito argumenta que existem hoje oito ratos por cidadão no município -o que daria cerca de 80 milhões de roedores. A causa da proliferação seria, segundo ele, o aumento da quantidade de restos alimentares.
"As pessoas têm duas opções: ou criam jibóia ou participam do nosso projeto de tirar o alimento do ralo, não colocar o lixo em lugar inadequado", disse Ramos. De acordo com ele, a campanha já tem até slogan: "Adote uma jibóia de estimação para comer ratos".
"O subprefeito foi prefeito de Diadema. E, na época, eles tinham corujas para combater a praga de ratos. Hoje ele falou jibóia, mas foi brincando. Não vamos fazer um programa de uma jibóia para cada um", afirmou Serra.
Ramos foi prefeito de Diadema entre 1989 e 1992, quando pertencia ao PT, e levou uma coruja para combater os ratos do município. Mas, segundo ele, a coruja não se adaptaria ao ambiente paulistano.
"Em Diadema, as pessoas nem sempre conseguiam criar um habitat para que as corujas viessem, mas conseguiram participar do outro projeto, que foi retirar o lixo", relatou Ramos.
De acordo com Francisco Luiz Franco, pesquisador do Instituto Butantan, a idéia de criar jibóias não teria bons resultados. "A gente não recomenda esse tipo de atitude. Tirar a cobra de um ambiente e colocar em outro significa mais desequilíbrio. Cobras não vão minimizar o problema e não têm condições de sobreviver na cidade", explicou.
O secretário de Subprefeituras, Walter Feldman, explicou que a idéia não é a de as pessoas comprarem jibóias. "Por ser perigoso ou, no mínimo, desagradável, nós recomendamos a todo mundo entrar na empreitada de combate ao lixo", afirmou.
De acordo com Feldman, a Secretaria da Saúde cuida do controle de ratos e deve apresentar os venenos, além de contratar agentes para o trabalho de combate.


Texto Anterior: Proposta: Campanha pede licença de seis meses para mães
Próximo Texto: Panorâmica - Justiça: Supermercado terá de pagar indenização de R$ 60 mil por crime de racismo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.