São Paulo, domingo, 30 de julho de 2006

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Mulheres vencem o preconceito e aproveitam a maternidade tardia

DA REPORTAGEM LOCAL

O desejo de ser mãe chegou tarde, aos 40 anos. Foi aí que a professora carioca Maria Cecília Rabelo Tostes percebeu que havia investido na carreira profissional, nos estudos e havia esquecido do relógio biológico. "Eu tinha que ter engravidado e não sabia", diz ela.
No embalo do otimismo do marido, três anos mais novo, ainda tentou uma gravidez natural por alguns anos, sem sucesso. A gestação foi conseguida na segunda tentativa de fertilização in vitro, aos 52 anos.
"Sofri um descolamento do colo do útero no sexto mês. No final, minha pressão arterial subiu um pouco e tive que tomar anti-hipertensivo. Tirando isso, foi normal. Levei a gravidez até a 39ª semana", diz.
Os bebês, um casal, nasceram em janeiro. Tostes diz que se sente uma mãe de "30 e poucos anos". "Por lidar com criança, tenho o temperamento meio infantil", diz ela, que ainda amamenta Oclando (uma homenagem ao avô paterno) e Maria Antônia no peito.
A professora conseguiu emendar a licença-maternidade (de sete meses no Rio) às licenças-prêmio e só deve voltar ao trabalho em julho de 2007. "Sou mãe tempo integral e é ótimo. Tenho dúvida se teria sido tão bom aos 20 ou 30 anos."
A bancária aposentada Cleide, 55, diz que se acostumou os comentários de quem pensa que Matheus, 3, é seu neto. "No consultório médico, costumam dizer: "vó, é a vez do Matheus"".
Cleide foi mãe a primeira vez aos 26 anos. Duas décadas depois, separada do primeiro marido e casada com homem 14 anos mais novo que ela, engravidou novamente, mas o bebê morreu antes de nascer.
Aos 49, partiu para uma fertilização in vitro com óvulos doados. Foram três tentativas frustradas até engravidar aos 52 anos. "Não sabia que era tão difícil. Na minha cabeça, já ia sair grávida da clínica. Eu dizia para o médico: "preciso engravidar, senão meu marido vai ter um filho com outra'", brinca. A gravidez transcorreu sem problemas e o garoto nasceu com 39 semanas. "Ser mãe nesta idade é ser um pouco avó. É uma educação meio melada, mas a gente se sente mais segura", diz. Ela segue com as comparações. "Quando fui mãe aos 26 anos, amamentei dez dias e, quando os seios racharam, parei. Com o Matheus, tive que tomar remédio para aumentar o leite. Ele mamou até os sete meses." (CC)


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