São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

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JOSÉ AUGUSTO BERBERT DE CASTRO (1925-2008)

O longevo comentário cinematográfico

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

As malas de Jorge Amado pesavam em média dez livros a mais quando retornavam de viagem -ruim para quem tinha que carregar a bagagem, ótimo para José Augusto Berbert de Castro, que acompanhava o crescimento vertiginoso de sua biblioteca pessoal graças aos presentes trazidos pelo escritor baiano.
Se o seu legado conta hoje com cerca de 500 livros sobre cinema -que serão vendidos, diz a família-, boa parte da culpa é do amigo.
Formado médico em 1949, Berbert tinha paixão por filmes. Gastou parte da infância no cinema Jandaia, em Salvador, e tinha especial predileção pelos musicais.
Incapaz de conter a necessidade de discutir cinema, o otorrinolaringologista virou jornalista, ou comentarista cinematográfico, como preferiam alguns.
Afundado em sua Remington, começou a escrever sobre o assunto em 1956, no jornal "A Tarde". Teve uma das mais longevas colunas do jornalismo brasileiro -só parou de publicar na semana passada. Segundo o jornal, foram mais de 7.000 artigos.
Polêmico, chegou a se meter em controvérsias com o Grupo Gay da Bahia, que o acusou de ser homofóbico em uma de suas crônicas.
Internado devido a um edema pulmonar, morreu na terça passada, aos 82, de infarto, mas continuou "escrevendo" até o final da semana -deixou textos prontos. Tinha dois filhos e dois netos.

obituario@folhasp.com.br


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