Houve pânico entre clientes e funcionários durante a troca de tiros entre policiais e criminoso; um homem foi preso

Hóspedes e funcionários deitaram-se no chão para se proteger; a Polícia Militar interditou a rua Padre João Manoel por 15 minutos

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Um assalto a um flat nos Jardins, área nobre de São Paulo, terminou ontem com um ladrão morto após troca de tiros com a Polícia Militar.
Houve pânico, tumulto e gritos entre clientes e funcionários durante a perseguição dentro do prédio e o tiroteio. Outro suspeito acabou preso.
A PM ainda procura por um terceiro homem, que teria dado cobertura aos dois criminosos. Ele teria fugido num carro.
Testemunhas disseram à Folha que, durante a troca de tiros, cerca de dez hóspedes e 15 empregados do Mercure Apartment Saint Germain, na rua Padre João Manoel, 202, se deitaram no chão para se proteger.
Segundo a PM, os funcionários foram mantidos reféns por dois homens armados que entraram no prédio por volta das 18h30. Os dois assaltantes anunciaram o roubo e recolheram o dinheiro que estava na recepção.
Os criminosos foram surpreendidos por policiais militares quando já tinham recolhido R$ 1.200 -o dinheiro foi recuperado pela polícia.

Alerta
Um taxista que trabalha em frente ao prédio viu a ação dos bandidos e ligou para a PM, avisando sobre o assalto.
Minutos depois, 40 policiais militares e mais de 20 veículos, entre motos, carros e caminhonetes da corporação, chegaram ao local e cercaram a quadra onde fica o flat de 18 andares, entre as alamedas Santos e Jaú, próximo à avenida Paulista. Além de isolar o entorno, eles interditaram a rua Padre João Manoel por 15 minutos.
O tenente-coronel Paulo Telhada, comandante do 7º Batalhão da PM, responsável pela ação de ontem, disse que ele e mais seis policiais entraram pela porta da frente e encontraram os dois suspeitos.
"Falei: "deita que é a polícia". Um deles obedeceu, se jogou no chão e largou a arma. Mas o outro correu por um corredor", afirmou Telhada, no 78º DP, onde o caso foi registrado. O oficial da PM disse que começou a perseguir o assaltante dentro do prédio.
"Parecia coisa de filme chinês. Ele entrou correndo pela cozinha, eu vi oito cozinheiros assustados, e saiu por uma porta que dava para o estacionamento. Quando cheguei à mesma porta, ele atirou e o tiro acertou a parede. Ele ainda efetuou mais outro disparo e dei um tiro de alerta para o alto", disse o comandante.
De acordo com Telhada, a iluminação no estacionamento era precária. "Só via a arma na mão dele. Foi quando ele subiu no muro para fugir e se virou para atirar em mim que eu disparei. Achei que nem o tivesse acertado porque estava escuro, mas ele caiu do outro lado do muro. Foi um tiro só. Infelizmente ele morreu."
Andrew Soares Oliveira, 19, foi morto com um tiro nas costas, segundo o próprio Telhada. Almir José da Silva, 21, foi preso. A reportagem não teve permissão para falar com ele.
"Foi uma ação ousada. Não é comum roubar flats nos Jardins", disse Telhada.
Procurado, o departamento jurídico do flat não quis comentar o assunto.


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