Francieli Rebelatto/Agência Freelancer

A bebê Júlia, que deixou o hospital ontem, entre a tia e o pai

DA AGÊNCIA FOLHA

Após duas semanas internada na UTI, a bebê Júlia Furquim Couto deixou ontem a Santa Casa de Uruguaiana (634 km de Porto Alegre). A mãe dela foi a primeira grávida no país que morreu de gripe suína.
Júlia nasceu de parto prematuro, com oito meses de gestação. Ela não contraiu o vírus da gripe A (H1N1).
A mãe da bebê, Rose, foi internada no hospital no dia 14 de julho apresentando sintomas da nova gripe. Os médicos decidiram fazer uma cesariana no dia seguinte. Rose, que tinha 36 anos e era comerciante, morreu um dia após o parto.
"Depois de tanta espera, tanta apreensão, foi uma grande felicidade pegar a Júlia no colo", disse o pai Valdir Couto, 48. Segundo ele, foi montado um "quartel general" para recebê-la na casa de uma das tias.
"As duas tias vão ajudar a cuidar dela como a mãe cuidaria", disse Couto. Ele afirma que, apesar de ter filhos de outro casamento, vai ter que trocar fraldas e dar mamadeira pela primeira vez. "Estou aprendendo muito. Já aprendi a ser paciente, após tantos dias aguardando a alta do hospital."
O pediatra recomendou limitar o número de visitas à criança por conta da epidemia de gripe na cidade. O médico diz que a imunidade dela ainda não está "100%", diz Couto. Amanhã, Júlia deve fazer o teste do pezinho, usado para detectar doenças em bebês.
Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, é uma das cidades mais afetadas pela nova gripe no Rio Grande do Sul, com cinco mortes.


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