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EDUCAÇÃO
Vínculo com associação profissional é discutido
Conselho defende
revisão do provão
da enviada especial
O Conselho Nacional de Educação está defendendo a revisão do
Exame Nacional de Cursos, o provão. Segundo o presidente da entidade, Éfrem Maranhão, um grupo de conselheiros está elaborando uma proposta com alterações
no exame, que será encaminhada
ao MEC (Ministério da Educação)
no segundo semestre.
O provão é um exame criado
pelo MEC para avaliar a qualidade dos cursos de graduação do
país por meio de provas aplicadas
aos graduandos. Em 99, ano em
que ocorreu a quarta edição da
avaliação, 13 cursos foram submetidos ao exame. "O provão foi
e é importante porque mexeu
com as universidades, mas ele
precisa sofre modificações para
não entrar em uma inércia."
Entre os problemas apontados
por ele está a necessidade de ampliar o comprometimento do aluno que é submetido ao exame, o
que pode ser feito por meio de
uma maior vinculação entre a
avaliação e as associações profissionais. "Se o exame passar a ser
usado pelas associações como um
meio de aferir a competência profissional do formando, ele passa a
ter mais legitimidade e os alunos
vão levá-lo mais a sério."
Hoje, o único compromisso do
estudante é comparecer ao local
do exame. Ele não tem a obrigação de responder às questões, segundo a legislação que regulamenta a prova. Também não existe nota mínima para aprovação.
A OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) é uma organização que
já está estudando a possibilidade
de usar os resultados do provão
em substituição à primeira fase
do exame aplicado pela entidade
e, sem o qual, um advogado não
pode exercer a profissão.
No entanto, Maranhão admite
que o provão apresenta limites
para medir a capacidade de um
profissional -é o caso dos médicos, que além de dominar os conteúdos têm de ter uma conduta
ética adequada, aspecto que o
provão não mede.
Outro problema levantado pelo
presidente do conselho, é o fato
de o provão medir o "produto final", ou seja, o aluno que está se
formando, e não a realidade atual
das instituições. Essa realidade é
aferida, diz ele, por meio das avaliações das condições de oferta
coordenada pela Sesu (Secretaria
de Ensino Superior do MEC), em
que um grupo de especialistas visita as instituições para verificar,
no local, a infra-estrutura (bibliotecas e laboratórios), a qualidade
do corpo docente e a organização
didático-pedagógica. Maranhão
defende uma espécie de rodízio
entre os cursos avaliados, de modo a ampliar o universo verificado
sem encarecer demais a avaliação.
(MARTA AVANCINI)
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