São Paulo, Sexta-feira, 30 de Julho de 1999
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EDUCAÇÃO
Vínculo com associação profissional é discutido
Conselho defende revisão do provão


da enviada especial

O Conselho Nacional de Educação está defendendo a revisão do Exame Nacional de Cursos, o provão. Segundo o presidente da entidade, Éfrem Maranhão, um grupo de conselheiros está elaborando uma proposta com alterações no exame, que será encaminhada ao MEC (Ministério da Educação) no segundo semestre.
O provão é um exame criado pelo MEC para avaliar a qualidade dos cursos de graduação do país por meio de provas aplicadas aos graduandos. Em 99, ano em que ocorreu a quarta edição da avaliação, 13 cursos foram submetidos ao exame. "O provão foi e é importante porque mexeu com as universidades, mas ele precisa sofre modificações para não entrar em uma inércia."
Entre os problemas apontados por ele está a necessidade de ampliar o comprometimento do aluno que é submetido ao exame, o que pode ser feito por meio de uma maior vinculação entre a avaliação e as associações profissionais. "Se o exame passar a ser usado pelas associações como um meio de aferir a competência profissional do formando, ele passa a ter mais legitimidade e os alunos vão levá-lo mais a sério."
Hoje, o único compromisso do estudante é comparecer ao local do exame. Ele não tem a obrigação de responder às questões, segundo a legislação que regulamenta a prova. Também não existe nota mínima para aprovação.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) é uma organização que já está estudando a possibilidade de usar os resultados do provão em substituição à primeira fase do exame aplicado pela entidade e, sem o qual, um advogado não pode exercer a profissão.
No entanto, Maranhão admite que o provão apresenta limites para medir a capacidade de um profissional -é o caso dos médicos, que além de dominar os conteúdos têm de ter uma conduta ética adequada, aspecto que o provão não mede.
Outro problema levantado pelo presidente do conselho, é o fato de o provão medir o "produto final", ou seja, o aluno que está se formando, e não a realidade atual das instituições. Essa realidade é aferida, diz ele, por meio das avaliações das condições de oferta coordenada pela Sesu (Secretaria de Ensino Superior do MEC), em que um grupo de especialistas visita as instituições para verificar, no local, a infra-estrutura (bibliotecas e laboratórios), a qualidade do corpo docente e a organização didático-pedagógica. Maranhão defende uma espécie de rodízio entre os cursos avaliados, de modo a ampliar o universo verificado sem encarecer demais a avaliação. (MARTA AVANCINI)


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