São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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População ajudará a fiscalizar lei, diz secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, afirma que o cumprimento da lei que proíbe o cigarro em lugares fechados, se aprovada pelos deputados, será fiscalizado pelo poder público e pela própria população. "Qualquer pessoa poderá denunciar locais que descumprirem a lei", diz. (RICARDO WESTIN)

 

FOLHA - Esse projeto de lei não fere a liberdade individual do fumante?
LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA
- E a liberdade individual da imensa maioria que não fuma? A restrição é uma tendência mundial. A fumaça não respeita fronteiras e já está comprovado que os fumódromos não são eficazes no isolamento dos poluentes. Por isso, não acredito que o projeto de lei seja duro.

FOLHA - Aprovada a lei, como o governo fiscalizará o cumprimento?
BARRADAS
- A fiscalização será definida com a regulamentação da lei. E a própria população irá ajudar. Qualquer pessoa poderá denunciar locais que descumprirem a lei. Teremos a Vigilância Sanitária, o Procon e a polícia envolvidos. Queremos ainda mobilizar os municípios.
As penalidades são severas.

FOLHA - O sr. já ouviu queixas?
BARRADAS
- Não ouvi reclamação. Pelo contrário, entendo que a maioria da população vá concordar. Caso a lei seja aprovada -e acreditamos que será-, os estabelecimentos e as pessoas terão de se adaptar. Isso é perfeitamente possível, ainda que no início haja certa resistência ou dificuldade. Os fumantes se adaptaram às leis que proibiram fumar dentro de aviões e cinemas, por exemplo.

FOLHA - A tendência é que no futuro não haja fumantes?
BARRADAS
- É uma tendência.
Quando isso ocorrer, as pessoas viverão mais e melhor. Evidentemente que não ocorrerá em poucos anos, mas possivelmente em algumas décadas. Em 1989, o número de fumantes representava 29% da população brasileira; hoje, quase 20 anos depois, o índice caiu para 20%.
Penso que haverá um dia em que jornais e revistas irão mencionar o estranho hábito que persistiu até o século 21 em que as pessoas sugavam um bastão de papel para depois soltar a fumaça. E que morriam de forma lenta e dolorosa em razão disso.

FOLHA - O sr. fuma?
BARRADAS
- Não, nunca fumei na minha vida.


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