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Rio disputa título de melhor destino gay
Cidade é uma das candidatas ao prêmio dado por canal da MTV americana e concorrerá com Barcelona e Montreal, entre outras
Concurso anima o setor de
turismo; segundo sindicato
a fatia GLS do mercado
hoteleiro internacional do
Rio chega a 10%
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DO RIO
Hedonismo, beleza natural,
culto ao corpo, mas fundamentalmente o jeito amigável de
ser, o "gay friendly" carioca, na
opinião de quem entende do
assunto, assegurou ao Rio, na
semana passada, a classificação
para disputar o título de Melhor Destino Gay Global 2009.
O concurso é promovido pelo
Logo, canal da MTV americana
voltado para o público GLBT. O
Rio foi selecionado por jornalistas, editores e profissionais
especializados em turismo para
esse público, que também escolheu como competidores Barcelona, Buenos Aires, Londres,
Montreal e Sydney.
A disputa animou a indústria
do turismo. Pelos números da
Embratur e da Associação Brasileira de Turismo para Gays,
Lésbicas e Simpatizantes, no
Rio, esse segmento representou 15% dos turistas internacionais que escolheram a cidade para passear em 2008. Foi
responsável por 30% dos US$
600 milhões que o município
arrecadou com o turismo.
A votação para eleger o Rio
como destino gay 2009 está em
curso pelo site www.
tripoutgaytravel.com/
awards. Serão computados os
votos postados até o dia 28. O
resultado será anunciado no
dia 2 de novembro, na 10ª Conferência de Turismo Gay e Lésbico, em Boston (EUA).
Apesar da falta de estudos
mais específicos, Alexandre
Sampaio, presidente do SindRio, entidade que reúne hotéis, bares e restaurantes da cidade, estima em 10% a fatia
GLS do mercado hoteleiro internacional do Rio -composta
por cerca de 300 estabelecimentos, num total de 25 mil
apartamentos. "Esse movimento "gay friendly" faz parte
da cultura carioca, cresceu nos
últimos dez anos e vamos trabalhar para ganhar essa disputa", diz Sampaio.
"No Rio, 60% dos colaboradores que trabalham na nossa
rede hoteleira passaram por
treinamento para incorporar a
cultura e não tratar com preconceito, saber como se relacionar, profissionalmente, com
esse público", afirma Philippe
Godefoite, do Ceasar Park e
presidente do Rio Convention
Bureau, entidade privada que
congrega empresários relacionados ao segmento de turismo.
A dez minutos de caminhada
da rua Farme de Amoedo, em
Ipanema, está o Copacabana
Sul, dirigido há dez anos por
Mônica Aguiar. Tem 88 apartamentos e uma frequência GLS
variável. O que a gerente diz é o
padrão de quem convive com o
público e o analisa do lado de
dentro do balcão: "Buscam
qualidade, usam os serviços
que o hotel oferece (o que significa gastar mais) e, na maioria das vezes, são mais discretos que os heteros. Além do que
são lindíssimos, uma pena!", lamenta, com bom humor.
Puxando pela história, a vocação gay do Rio é bem mais
antiga. Em 1757, Gomes Freire
de Andrade, Conde de Bobadilha, recebeu esquadra francesa
que desembarcava no Rio com
um baile gay. Foi-lhe pedida
festança para recepcionar os
marinheiros, há dias no oceano. Nesta época, mulheres só
saíam para a igreja. Restaram-lhe os gays, a quem vestiu com
os trajes adequados.
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