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SAÚDE
Mulher tem anticoncepcional sob medida
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mulheres já podem ter um anticoncepcional sob medida e decidir se querem dar um basta na
tensão pré-menstrual, nas cólicas,
no inchaço e, se for o caso, na própria menstruação. Isso tudo graças aos novos métodos contraceptivos existentes no mercado.
A mais recente novidade dos
anticoncepcionais é o Implanon,
minicápsulas flexíveis (do tamanho de um palito de fósforo), que
são colocadas na parte interna de
um dos braços e duram três anos.
Elas liberam hormônio que inibe a ovulação e diminui ou suspende a menstruação. O implante
custa R$ 430, mas, com a colocação, que só pode ser feita pelo ginecologista, sai por R$ 800.
O Implanon é o primeiro implante industrializado a ser vendido no Brasil. Há outros dois, a Elcometrina e o Gestrinona, inventados e vendidos pelo ginecologista Elsimar Coutinho. Além de
contraceptivos, eles ajudam no
tratamento da endometriose.
Custam de R$ 700 a R$ 1.400 e duram de seis meses a um ano.
Segundo médicos ouvidos pela
Folha, a principal queixa dos implantes diz respeito à irregularidade menstrual nos primeiros
meses de uso. As mulheres ficam
inseguras, sem saber se a falta de
menstruação é motivada pelo remédio ou por uma gravidez.
Segundo Francisco Siervo Neto,
diretor médico do laboratório Organon, fabricante do Implanon,
cerca de 50% das mulheres param
de menstruar. Outras 30% têm irregularidades no ciclo, com intervalos maiores, enquanto 20% têm
sangramento normal.
Siervo Neto diz que um estudo
com 75 mil mulheres mostrou
que nenhuma engravidou durante o uso do contraceptivo. Além
disso, o implante se revelou eficaz
no combate às cólicas e à TPM
(tensão pré-menstrual).
Segundo o ginecologista Paulo
David, 44, 10% das mulheres que
usam implante não suportam a
"pressão" da menstruação irregular e pedem para retirá-lo. Ele tem
dez pacientes com implantes e diz
que todas estão satisfeitas.
A executiva de contas Patrícia
Vasconcellos, 30, usou o implante
fabricado por Eusimar Coutinho
durante três anos e diz que conseguiu se livrar da "depressão, dores
de cabeça e cólicas horríveis".
Há um mês, ela resolveu testar o
Implanon, porque o implante antigo começou a provocar espinhas nos ombros.
Foi justamente por causa das espinhas e da oleosidade excessiva
que a fisioterapeuta Daniele Delboni, 28, decidiu tirar o implante
Gestrinona cinco meses depois de
colocá-lo. Ela afirma que, antes do
implante, testou várias pílulas e
todas causaram fortes efeitos colaterais, especialmente depressão.
"Nos primeiros três meses foi
uma maravilha. Mas, depois, voltei a ficar deprimida, cheia de espinhas e com o cabelo caindo."
Segundo o ginecologista Malcolm
Montgomery, 30% das mulheres
que usam o Gestrinona apresentam oleosidade nos primeiros três
meses, mas só 5% se queixam de
espinhas. Ele afirma que mais de
10 mil mulheres já utilizam implantes no Brasil.
Outros métodos
O DIU Mirena, da Schering, é
outro novo método contraceptivo
recomendado pelos médicos. O
dispositivo contém hormônio
que, liberado em pequenas doses
apenas no útero, também suspende a menstruação em 30% das
usuárias após dois anos.
O DIU tradicional, de cobre, na
maioria das vezes aumenta o sangramento, além de provocar cólicas. Custa de R$ 700 a R$ 800 e vale por cinco anos.
Para quem prefere a pílula, mas
sofre de gastrite, tonturas ou enjôos, existe um comprimido vaginal, fabricado pela Biolab Sanus.
A vantagem é que a droga não circula pelo estômago e fígado. Chamada Lovelle, a pílula não pode
ser usada quando a mulher está
com infecção vaginal.
Para quem costuma se esquecer
de tomar a pílula e não tem medo
de picada no braço, uma opção é a
injeção anticoncepcional, que libera lentamente, durante o mês,
os mesmos hormônios existentes
nas pílulas. Pode ter durabilidade
de um ou três meses e custa em
média R$ 15,00.
No início deste ano, foi lançada
a pílula sem estrogênio, Cerazette,
que pode ser usada na amamentação, com índice de falha igual ao
das pílulas combinadas.
Mas nenhum desses métodos
dispensa o uso de preservativos,
para a prevenção de DSTs e Aids.
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