São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DEPOIS DA MISSA

Sete funcionários são acusados de levar dinheiro de doações do templo de Salvador; eles confessaram o crime

Doações à igreja do Bonfim são furtadas

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Uma compra de R$ 1.200 em eletrodomésticos foi a pista usada pela polícia de Salvador para identificar e prender sete funcionários acusados de furtar dinheiro do cofre da igreja do Bonfim, o templo mais famoso da Bahia.
Segundo a Polícia Militar, em seus depoimentos, os funcionários confessaram que vinham furtando dinheiro do cofre das doações desde o começo dos anos 90. Um deles disse que usava um arame para "pescar" as cédulas colocadas pelos fiéis dentro do cofre.
Tradicionalmente, a igreja, construída no século 18 e tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural), é mais visitada às sextas, quando ocorrem missas de hora em hora.
Segundo a delegada Dirce Ribeiro, um dos acusados disse que, às sextas, cada um deles chegava a tirar R$ 400 de dentro do cofre.
O movimento da igreja é maior nas sextas-feiras porque o dia é dedicado ao culto a oxalá, o orixá do candomblé sincretizado com o Senhor do Bonfim. "Alguns dos funcionários trabalhavam no local como zeladores, faxineiros e guias há 16 anos", disse Ribeiro.
A delegada afirmou que os diretores da igreja resolveram investigar o furto da última sexta, quando um empresário doou R$ 10 mil à Irmandade do Bonfim. Por causa da greve dos bancários, o dinheiro foi colocado em um cofre.
"Ontem [anteontem], quando o tesoureiro abriu o cofre notou a falta de R$ 3.210 e deu queixa na delegacia", afirmou a delegada.
Como não havia sinal de arrombamento, a polícia investigou os funcionários que têm acesso ao templo. "Identificamos um que, mesmo ganhando salário mínimo, comprou à vista R$ 1.200 em eletrodomésticos", disse Ribeiro.
Intimado a depor, ele confessou o furto e denunciou os colegas. Todos os acusados foram liberados ontem à tarde e responderão em liberdade pelos crimes de roubo e formação de quadrilha. "Pela Justiça Eleitoral, somente pessoas presas em flagrante podem ficar detidas", disse a delegada.


Texto Anterior: Há 50 anos: Avança reunião sobre defesa
Próximo Texto: Roubo à luz do dia: Rio reforça segurança na orla do Leblon
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.