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DEPOIS DA MISSA
Sete funcionários são acusados de levar dinheiro de doações do templo de Salvador; eles confessaram o crime
Doações à igreja do Bonfim são furtadas
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Uma compra de R$ 1.200 em
eletrodomésticos foi a pista usada
pela polícia de Salvador para
identificar e prender sete funcionários acusados de furtar dinheiro do cofre da igreja do Bonfim, o
templo mais famoso da Bahia.
Segundo a Polícia Militar, em
seus depoimentos, os funcionários confessaram que vinham furtando dinheiro do cofre das doações desde o começo dos anos 90.
Um deles disse que usava um arame para "pescar" as cédulas colocadas pelos fiéis dentro do cofre.
Tradicionalmente, a igreja,
construída no século 18 e tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural), é
mais visitada às sextas, quando
ocorrem missas de hora em hora.
Segundo a delegada Dirce Ribeiro, um dos acusados disse que,
às sextas, cada um deles chegava a
tirar R$ 400 de dentro do cofre.
O movimento da igreja é maior
nas sextas-feiras porque o dia é
dedicado ao culto a oxalá, o orixá
do candomblé sincretizado com o
Senhor do Bonfim. "Alguns dos
funcionários trabalhavam no local como zeladores, faxineiros e
guias há 16 anos", disse Ribeiro.
A delegada afirmou que os diretores da igreja resolveram investigar o furto da última sexta, quando um empresário doou R$ 10 mil
à Irmandade do Bonfim. Por causa da greve dos bancários, o dinheiro foi colocado em um cofre.
"Ontem [anteontem], quando o
tesoureiro abriu o cofre notou a
falta de R$ 3.210 e deu queixa na
delegacia", afirmou a delegada.
Como não havia sinal de arrombamento, a polícia investigou os
funcionários que têm acesso ao
templo. "Identificamos um que,
mesmo ganhando salário mínimo, comprou à vista R$ 1.200 em
eletrodomésticos", disse Ribeiro.
Intimado a depor, ele confessou
o furto e denunciou os colegas.
Todos os acusados foram liberados ontem à tarde e responderão
em liberdade pelos crimes de roubo e formação de quadrilha. "Pela
Justiça Eleitoral, somente pessoas
presas em flagrante podem ficar
detidas", disse a delegada.
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