São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2007

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Rebelião de controladores parou sistema

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O acidente com o Boeing da Gol desencadeou uma crise no controle do tráfego aéreo brasileiro que teve seu ápice em 30 de março, quando controladores militares se amotinaram em protesto contra sobrecarga de trabalho, falhas nos equipamentos e defasagem tecnológica nos Cindactas (Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo).
O motim, que tinha o objetivo de forçar a desmilitarização do setor, começou no Cindacta-1, que controla o espaço aéreo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Depois, ganhou adesão em outras regiões, instaurando o caos nos aeroportos do Brasil.
Em Manaus, controladores permaneceram aquartelados e em greve de fome dentro do Cindacta-4. A Aeronáutica instaurou um IPM (Inquérito Policial Militar) para investigar crimes de desrespeito à hierarquia e às normas do regimento militar.
O sindicato da categoria divulgou uma nota pedindo "perdão à sociedade" na tentativa de retomar as negociações com o governo e amenizar as punições.
Com base na investigação do IPM, o Ministério Público Militar denunciou oito controladores de vôo do Cindacta-4. Em 14 de agosto, sete controladores foram presos por determinação do juiz José Barroso Filho, da 12ª Circunscrição Judiciária Militar, sob a acusação de incitamento e publicação ou crítica indevida na imprensa contra a Aeronáutica. Eles negam as acusações.
Durante a tomada de depoimentos de testemunha pelo Conselho Permanente de Justiça para a Aeronáutica, que começou em 27 de agosto (com julgamento previsto para outubro), três controladores foram soltos. Os outros quatro continuam presos em quartéis do Exército, em Manaus.
João Thomas Luchsinger, defensor público da União que defende os controladores, afirma que o Ministério Público Militar recorreu da manutenção, por parte da Justiça, das prisões dos quatro controladores de vôo.
Uma ação ainda tramita no Superior Tribunal Militar pedindo revogação das prisões. Para Luchsinger, são desnecessárias.


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