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Rebelião de controladores parou sistema
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O acidente com o
Boeing da Gol desencadeou uma crise no controle do tráfego aéreo brasileiro que teve seu ápice em
30 de março, quando controladores militares se
amotinaram em protesto
contra sobrecarga de trabalho, falhas nos equipamentos e defasagem tecnológica nos Cindactas
(Centros Integrados de
Defesa Aérea e Controle
do Tráfego Aéreo).
O motim, que tinha o
objetivo de forçar a desmilitarização do setor, começou no Cindacta-1, que
controla o espaço aéreo
nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Depois, ganhou
adesão em outras regiões,
instaurando o caos nos aeroportos do Brasil.
Em Manaus, controladores permaneceram
aquartelados e em greve
de fome dentro do Cindacta-4. A Aeronáutica instaurou um IPM (Inquérito
Policial Militar) para investigar crimes de desrespeito à hierarquia e às normas do regimento militar.
O sindicato da categoria
divulgou uma nota pedindo "perdão à sociedade" na
tentativa de retomar as
negociações com o governo e amenizar as punições.
Com base na investigação do IPM, o Ministério
Público Militar denunciou
oito controladores de vôo
do Cindacta-4. Em 14 de
agosto, sete controladores
foram presos por determinação do juiz José Barroso
Filho, da 12ª Circunscrição Judiciária Militar, sob
a acusação de incitamento
e publicação ou crítica indevida na imprensa contra
a Aeronáutica. Eles negam
as acusações.
Durante a tomada de depoimentos de testemunha
pelo Conselho Permanente de Justiça para a Aeronáutica, que começou em
27 de agosto (com julgamento previsto para outubro), três controladores
foram soltos. Os outros
quatro continuam presos
em quartéis do Exército,
em Manaus.
João Thomas Luchsinger, defensor público da
União que defende os controladores, afirma que o
Ministério Público Militar
recorreu da manutenção,
por parte da Justiça, das
prisões dos quatro controladores de vôo.
Uma ação ainda tramita
no Superior Tribunal Militar pedindo revogação das
prisões. Para Luchsinger,
são desnecessárias.
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