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SP está sem radares móveis desde agosto
Contrato dos 26 radares venceu e não foi renovado pela gestão Kassab (DEM); previsão é que aparelhos voltem só após a eleição
O contrato dos 40 radares fixos venceu anteontem; novo fornecedor já foi contratado, mas só tem hoje 10 aparelhos homologados
ALENCAR IZIDORO
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
A cidade de São Paulo está
sem nenhum radar móvel de
controle de velocidade desde 6
de agosto. E a previsão é que
eles só voltarão às ruas em novembro, após as eleições.
Sem os 26 radares móveis
-cujo contrato de fornecimento venceu em agosto e não foi
renovado pela gestão Gilberto
Kassab (DEM), que já havia
concluído nova licitação-, a
fiscalização eletrônica na cidade ficou a cargo de 40 radares
fixos e cem lombadas eletrônicas e sensores fotográficos, que
operam em locais conhecidos
de boa parte dos motoristas.
O quadro pode ficar ainda
mais comprometido nesta semana, já que o contrato de fornecimento e de gestão dos 40
radares fixos de SP venceu anteontem e a nova empresa contratada só dispõe, atualmente,
de dez aparelhos em condições
de entrar em operação
Segundo a CET, os novos radares fixos devem ser colocados nas ruas nesta semana. Em
nota, a companhia afirmou ainda que a Engebrás, antiga prestadora do serviço, manterá os
40 radares em funcionamento
até a substituição do sistema
pela Splice, vencedora da nova
licitação e já contratada.
A Engebrás nega -diz que os
radares amanhecerão desligados hoje. A Folha apurou que,
mesmo que os aparelhos continuem aplicando as multas, os
motoristas poderão contestar
sua validade, em razão de o
contrato ter expirado.
Além de detectar infrações
de velocidade, 15 dos 40 radares fixos são responsáveis também pelas multas do rodízio
municipal. Caso eles não operem, a fiscalização do rodízio
ficará por conta de 11 das 100
lombadas eletrônicas, além da
atuação dos agentes de trânsito
-1.900, segundo a CET.
A companhia se negou a fornecer dados sobre a participação de cada tipo de radar no total de multas. Em 2005, a
quantidade de radares fixos era
a mesma e havia 40 móveis,
responsáveis por 26% da arrecadação com multas -eles são
mais temidos pelos motoristas
por serem distribuídos em
pontos aleatórios, o que aumenta a sensação de vigilância.
A gestão Kassab afirma que o
serviço de radares móveis foi
interrompido após o encerramento do contrato anterior,
que não requeria renovação
emergencial -o que evitaria a
interrupção do serviço até novembro-, porque a nova licitação já estava concluída.
Em situações anteriores, porém, a CET já optou por renovações emergenciais para manter o funcionamento de um
serviço. Um exemplo é o contrato de fornecimento de palmtops para comunicação dos
agentes da empresa, renovado
emergencialmente, entre 2005
e 2007, a cada seis meses.
Recorde de multas
Em agosto, mesmo com menos radares, São Paulo registrou recorde histórico de multas: 510.194, ou uma a cada cinco segundos. Foram quase 100
mil multas a mais que em junho, que registrava o recorde
anterior, de 418.005 autuações.
Entretanto, com menos
equipamentos, a participação
das multas aplicadas por radares caiu 5,4 pontos percentuais
em relação a junho, quando
elas correspondiam a pouco
mais da metade do total.
Ou seja: se levado em conta o
total de multas de agosto, foram aproximadamente 27,5
mil autuações a menos, às vésperas da eleição municipal
-sem contar as multas deste
mês, não informadas.
Em compensação, cresceu a
fatia de autuações por agentes
da CET -5,2 pontos percentuais a mais que em junho.
O Sindviários (sindicato dos
funcionários da CET) atribuiu
a alteração do perfil das multas
à fiscalização do rodízio de caminhões, desde 30 de junho, e
de operações específicas, voltadas a multar invasões de semáforos e de corredores de ônibus.
A CET não comentou os dados.
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