São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008

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SP está sem radares móveis desde agosto

Contrato dos 26 radares venceu e não foi renovado pela gestão Kassab (DEM); previsão é que aparelhos voltem só após a eleição

O contrato dos 40 radares fixos venceu anteontem; novo fornecedor já foi contratado, mas só tem hoje 10 aparelhos homologados

ALENCAR IZIDORO
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo está sem nenhum radar móvel de controle de velocidade desde 6 de agosto. E a previsão é que eles só voltarão às ruas em novembro, após as eleições.
Sem os 26 radares móveis -cujo contrato de fornecimento venceu em agosto e não foi renovado pela gestão Gilberto Kassab (DEM), que já havia concluído nova licitação-, a fiscalização eletrônica na cidade ficou a cargo de 40 radares fixos e cem lombadas eletrônicas e sensores fotográficos, que operam em locais conhecidos de boa parte dos motoristas.
O quadro pode ficar ainda mais comprometido nesta semana, já que o contrato de fornecimento e de gestão dos 40 radares fixos de SP venceu anteontem e a nova empresa contratada só dispõe, atualmente, de dez aparelhos em condições de entrar em operação
Segundo a CET, os novos radares fixos devem ser colocados nas ruas nesta semana. Em nota, a companhia afirmou ainda que a Engebrás, antiga prestadora do serviço, manterá os 40 radares em funcionamento até a substituição do sistema pela Splice, vencedora da nova licitação e já contratada.
A Engebrás nega -diz que os radares amanhecerão desligados hoje. A Folha apurou que, mesmo que os aparelhos continuem aplicando as multas, os motoristas poderão contestar sua validade, em razão de o contrato ter expirado.
Além de detectar infrações de velocidade, 15 dos 40 radares fixos são responsáveis também pelas multas do rodízio municipal. Caso eles não operem, a fiscalização do rodízio ficará por conta de 11 das 100 lombadas eletrônicas, além da atuação dos agentes de trânsito -1.900, segundo a CET.
A companhia se negou a fornecer dados sobre a participação de cada tipo de radar no total de multas. Em 2005, a quantidade de radares fixos era a mesma e havia 40 móveis, responsáveis por 26% da arrecadação com multas -eles são mais temidos pelos motoristas por serem distribuídos em pontos aleatórios, o que aumenta a sensação de vigilância.
A gestão Kassab afirma que o serviço de radares móveis foi interrompido após o encerramento do contrato anterior, que não requeria renovação emergencial -o que evitaria a interrupção do serviço até novembro-, porque a nova licitação já estava concluída.
Em situações anteriores, porém, a CET já optou por renovações emergenciais para manter o funcionamento de um serviço. Um exemplo é o contrato de fornecimento de palmtops para comunicação dos agentes da empresa, renovado emergencialmente, entre 2005 e 2007, a cada seis meses.

Recorde de multas
Em agosto, mesmo com menos radares, São Paulo registrou recorde histórico de multas: 510.194, ou uma a cada cinco segundos. Foram quase 100 mil multas a mais que em junho, que registrava o recorde anterior, de 418.005 autuações.
Entretanto, com menos equipamentos, a participação das multas aplicadas por radares caiu 5,4 pontos percentuais em relação a junho, quando elas correspondiam a pouco mais da metade do total.
Ou seja: se levado em conta o total de multas de agosto, foram aproximadamente 27,5 mil autuações a menos, às vésperas da eleição municipal -sem contar as multas deste mês, não informadas.
Em compensação, cresceu a fatia de autuações por agentes da CET -5,2 pontos percentuais a mais que em junho.
O Sindviários (sindicato dos funcionários da CET) atribuiu a alteração do perfil das multas à fiscalização do rodízio de caminhões, desde 30 de junho, e de operações específicas, voltadas a multar invasões de semáforos e de corredores de ônibus. A CET não comentou os dados.


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