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Punição após agressão a aluno opõe mãe de vítima e direção do Rio Branco
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pedro (nome fictício), 11,
levou mordida, socos e chutes
de colegas da mesma idade
em uma tradicional escola de
São Paulo. A mãe pede punição rigorosa aos agressores,
inclusive com expulsões, para
garantir a segurança de seu filho. O colégio afirma que deve
priorizar orientações pedagógicas aos alunos.
A controvérsia ocorre no
colégio Rio Branco, em Higienópolis (centro), com 62 anos
de existência e 1.700 alunos.
Em denúncia à Diretoria
Regional de Ensino (órgão ao
qual as escolas privadas são
subordinadas), a mãe relata
que seu filho levou uma mordida, em 26 de agosto, ao dar
uma "gravata" em um menino que iria agredir um amigo.
O braço de Pedro, diz ela,
sangrou. E partir dali, o menino passou a ser perseguido
pelo agressor e seus colegas.
No último dia 9 ele foi atingido com socos e pontapés na
saída do colégio. No dia seguinte, segundo a denúncia,
fugiu de outra agressão.
"Pago R$ 1.000 de mensalidade para, entre outras coisas, ter segurança. Mas não
estou recebendo isso", disse
ela. "Esses meninos já vêm de
problemas parecidos, deveriam ser expulsos."
Ela afirma que tentou fazer
boletim de ocorrência, mas
não conseguiu devido à greve
dos policiais. E que só não
mudou seu filho de escola
porque a transferência neste
momento do ano seria difícil.
A diretora-geral da escola,
Esther de Almeida Pimentel
Mendes Carvalho, diz que foram tomadas medidas disciplinares rígidas, mas que o essencial são as educacionais.
Ela afirma que, após a última agressão, os estudantes
acusados ficaram oito dias
"fazendo atividades para refletir sobre convivência e participação em grupo". Também foram chamados os pais
e foram avisados de que não
haverá mais tolerância.
A diretora lembra que Pedro já recebeu advertência
por indisciplina. "Se usássemos o critério exigido pela
mãe, o filho dela seria expulso. Mas não é o caminho.
Priorizamos a educação." Sobre segurança, Carvalho diz:
"Se houvesse perigo, a família
ainda deixaria ele aqui?".
A Diretoria Regional de Ensino, por meio da assessoria
de imprensa, informou que
ainda não finalizou o relatório sobre o caso.
"Situações assim estão aumentando, pois escolas e famílias às vezes deixam de lado o ensino de valores. Conta
mais o ensino de português e
matemática", diz a professora
Silvia Colello, da Faculdade
de Educação da USP.
"Nesse caso, a mãe está certa em exigir atitude da escola,
pois seu filho foi agredido
mais de uma vez. Mas a posição da diretora também é correta, pois não é apenas com
punição que você ensina."
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