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Rio tem roubo com granada em restaurante e arrastão
Em menos de 9 horas, creperia em Copacabana e prédio em Ipanema são vítimas de ladrões
Segundo o Instituto de Segurança Pública, assaltos ao comércio na zona sul cresceram 53% até julho em relação aos 7 meses de 2008
JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
Uma onda de assaltos vem
atemorizando comerciantes e
moradores da zona sul do Rio,
área de maior poder aquisitivo
da cidade. Dois episódios ocorridos num intervalo inferior a
nove horas -em um restaurante de Copacabana e em um prédio residencial de Ipanema-
ilustram o aumento de mais de
50% dos índices de roubo a estabelecimentos comerciais e a
casas na região, comparando
janeiro a julho deste ano com o
mesmo período de 2008.
Na manhã de ontem, um prédio da rua Francisco Otaviano,
em Ipanema, foi invadido por
três homens armados com revólveres e pistolas. Segundo a
polícia, um deles, com uniforme da CEG (Companhia Estadual de Gás), disse ao porteiro
que faria a medição do relógio
do edifício. O porteiro -que, de
acordo com a síndica, faz curso
de prevenção a assalto- foi
rendido e os homens passaram
a abordar os moradores e empregados no lugar.
Ameaças
A polícia, que só foi chamada
uma hora e 15 minutos depois e
não encontrou os criminosos,
afirmou que a intenção dos ladrões era abrir um cofre que diziam pertencer a um morador.
O bando conseguiu entrar
em cinco dos 14 apartamentos,
recolhendo joias, celulares e dinheiro. Sob ameaça de terem os
dedos cortados, ao menos 12
moradores foram trancados
num apartamento. Antes de
irem embora, os ladrões tiraram fotos dos reféns e deram
uma coronhada no nariz de um
pedreiro que estava no prédio.
A polícia identificou um dos ladrões, mas ninguém foi preso
até o fechamento desta edição.
Granadas
Anteontem à noite, a creperia Le Blé Noir, na rua Xavier da
Silveira, em Copacabana, sofreu seu segundo roubo em dois
meses. De acordo com um dos
sócios, o francês Alain Caro,
quatro homens, com pistolas e
granadas, roubaram cerca de
30 clientes. O restaurante tinha
câmera. Agora, dois homens armados vigiam o local.
"Não confio na segurança pública", disse Caro, que admitiu
fechar o negócio se for assaltado de novo. A casa teria recebido ameaças anônimas.
Dentre outros fatos recentes,
no dia 25 o cineasta Paulo Thiago foi feito refém num roubo à
sua casa, no Cosme Velho, por
quatro ladrões, que feriram sua
mulher, a produtora Gláucia
Camargos. No início de julho, o
restaurante Azumi, em Copacabana, foi invadido por três
homens. Seis pessoas foram assaltadas enquanto jantavam.
De acordo com dados do ISP
(Instituto de Segurança Pública), foram registrados 162 assaltos ao comércio da zona sul
nos sete primeiros meses de
2008. A prática dessa modalidade cresceu neste ano, indo a
249 notificações até julho-aumento de 53%.
De janeiro a julho de 2008, o
ISP contabilizou 44 roubos a
casas na região, enquanto em
2009 a incidência do mesmo
crime, até julho, foi de 67 casos-crescimento de 52%.
A Secretaria de Segurança
diz que "a mancha criminal é
um fenômeno dinâmico". O órgão afirma que "quando a polícia persegue um tipo de delito,
é comum que outros subam
porque o criminoso muda suas
práticas". A PM anunciou mudanças no patrulhamento, com
a ida para as ruas de 2.000 homens que estavam em funções
administrativas.
Colaborou DIANA BRITO , da
Folha Online, no Rio
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