São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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MORTE INEXPLICADA

Advogado de clínica diz que medida foi precipitada e que laudo da perícia é baseado em suposições

Médicos do caso Cássia Eller são denunciados

DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro denunciou ontem à Justiça dois médicos da Clínica Santa Maria, localizada em Laranjeiras, na zona sul, sob a acusação de terem cometido erro médico que levou à morte da cantora Cássia Eller em 29 de dezembro de 2001. Ela morreu aos 39 anos após sofrer quatro paradas cardiorrespiratórias.
O promotor Alexandre Themístocles pede que os médicos Marcus Vinicius Gondomar de Oliveira e Jorge Francisco Castro y Perez, sejam condenados por homicídio culposo (sem intenção).
A denúncia foi feita com base no laudo pericial divulgado no início da semana que indica que a primeira das quatro paradas cardiorrespiratórias teria sido causada pela aplicação indevida do medicamento Plasil, contra-indicado para quem usou drogas ou álcool.
As legistas afirmam que amigas que levaram Cássia à clínica disseram aos médicos que teria consumido essas substâncias e questionaram o laudo do IML, que não as detectou, porque não teria tecnologia na época para isso.
O advogado da família de Cássia Eller, Marcos Campuzano, disse que os familiares estudam possível ação por perdas e danos.

Outro lado
O advogado da clínica, Luiz Marcelo Lubanco, classificou de "precipitada" a decisão. "A denúncia não se sustenta porque as peritas (...) trabalharam em cima de suposições de que Cássia teria ingerido álcool e drogas e de que o medicamento poderia ter causado isto ou aquilo. Nenhuma destas suposições estão amparadas em alguma prova." Lubanco afirmou que irá recorrer se o caso virar processo. Ele lembrou que o IML não detectou droga.


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