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Jovem morreu uma hora após ser internado
Lucas Maiorano, 17, chegou ao hospital em coma e desidratado depois de ser levado da festa rave e teve parada cardiorrespiratória
Outros 2 rapazes seguem internados -um intoxicado e outro atropelado na saída da festa; organizadores podem ser responsabilizados
Janir Júnior/Agência O Dia
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Jovens participam da festa Tribe Rio, anteontem em Itaboraí (RJ)
ITALO NOGUEIRA
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
Um jovem de 17 anos morreu
anteontem após participar de
uma festa rave em Itaboraí, a 45
km do Rio de Janeiro. A suspeita é que ele tenha morrido em
decorrência do consumo excessivo de álcool e drogas. Ao menos dezoito pessoas foram internadas durante o evento.
O estudante Lucas Francesco Amêdola Maiorano foi internado às 13h50 no Hospital Estadual Prefeito João Batista Caffaro em coma e desidratado.
Morreu uma hora depois, após
parada cardiorrespiratória.
Outros dois jovens continuavam internados até a conclusão
desta edição -um intoxicado e
outro atropelado na saída da
festa.
Se comprovado o uso de drogas, os organizadores da festa
podem ser indiciados sob acusação de permitir o uso ou tráfico de drogas em propriedade
particular e homicídio.
A polícia apura ainda se o
médico Raphael de Souza Maia,
26, morto em um acidente de
carro na estrada Niterói-Manilha, saía da festa no momento
da colisão. Segundo a Polícia
Rodoviária, ele dormiu ao volante e bateu em um ônibus.
Enquanto os oitos DJs se
apresentavam no sítio Happy
Land (em inglês, Terra Feliz),
houve 18 internações por intoxicação, brigas e até falta d'água
na festa que reuniu cerca de
10.000 pessoas. O local tem 750
mil m2 e a entrada é semelhante à de um castelo. Foi interditado ontem à noite por pelo
menos 30 dias pela polícia.
A festa Tribe Rio -realizada
neste ano em São Paulo, Ribeirão Preto e Curitiba- durou ao
todo 20 horas. Às 12h, havia falta de água no bar e alguns jovens ameaçaram agredir os
atendentes. Os organizadores
dizem ter sido um "momento
de reposição" do líquido.
A polícia vai apurar ainda comentários de membros da comunidade do evento no Orkut,
que apontam seguranças como
traficantes de drogas, negligência na checagem das carteiras
de identidade e na revista aos
freqüentadores.
Disputados, o preço dos ingressos para a festa rave variavam entre R$ 40 e R$ 80. O estacionamento custava R$ 15.
"Vi brigas, caos para entrar...
Levei 1h20 para estacionar o
carro e mais 1h para conseguir
entrar na festa. Só entrei à 5h.
Estava um calor absurdo. Por
volta das 12h fui comprar água,
mas tinha acabado", diz a estudante Carolina de Oliveira, 20.
"Havia pessoas drogadas. Toda festa sempre tem alguém.
Falaram que na área VIP estava ainda pior. Mas lá vi coisas
que nunca vi em outras festas."
Integrantes da comunidade
da festa na página de relacionamentos Orkut temiam que as
raves fossem proibidas após a
repercussão do caso. Alguns
chegaram a culpar a própria vítima pela morte.
"Isso é coisa de um Zé Mané
que não sabe o que está fazendo. Acha que a música só é legal
se tomar alguma coisa", disse o
promoter Bruno Monteiro, 22.
O titular da 71ª Delegacia de
Polícia (Itaboraí), Antônio Ricardo Lima Nunes, afirmou
que os organizadores da festa
podem ser responsabilizados
criminalmente.
"Se ficar comprovado que
houve consumo exagerado de
drogas, se foi permitido que
usassem drogas neste espaço, a
empresa de segurança e a empresa promotora do evento podem ser indiciadas". O exame
toxicológico do adolescente ficará pronto em dez dias.
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