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Elisabete Hart, a eterna voz do Oscar
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem viu a entrega do Oscar pela TV Globo nas décadas de 1980 e 1990 tem na
memória a voz de Maria Elisabete Figueiredo Hart. Sem
mostrar o rosto, a intérprete
virou sinônimo do evento na
televisão brasileira.
Por mais de 15 anos ela recebeu elogios por sua pronúncia e entonação, e críticas, por traduzir cada detalhe da cerimônia, inclusive as
piadas. Aos poucos tornou-se mais sintética. Dizem os
críticos mais ácidos que, com
o passar dos anos, dava para
ouvir o som local do teatro
onde acontece o Oscar.
Nascida no Rio de Janeiro,
Hart foi para os Estados Unidos viver com o marido, onde
ficou por dez anos. Tinha orgulho de ter aprendido inglês
não na escola, mas na vida.
Sua voz ecoou pela primeira vez em 1981, quando narrou, ao vivo, o casamento do
príncipe Charles com a princesa Diana. Já em 1983 virou
intérprete do Oscar na Globo
-onde participou também
da primeira transmissão simultânea de uma guerra, a
do Golfo, em 1991, traduzindo direto da CNN.
Hart tinha dois filhos, três
netos e duas paixões: o samba da Mangueira, que a levou
para o sambódromo por seguidos 13 anos, e o futebol do
Flamengo, que acompanhava no Maracanã. Ela morreu
ontem de câncer, aos 64
anos, no Rio.
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