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PF apreende 16 t de queijo impróprio para consumo
Produto vencido ou prestes a vencer era reembalado para que fosse comercializado
Depósito em Uberaba (MG) onde a mercadoria estava estocada foi achado após denúncia; polícia diz que produto seria vendido em SP
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO, EM UBERABA
A Polícia Federal apreendeu
ontem, em Uberaba (MG), 16
toneladas de queijo tipo mussarela impróprio para o consumo.
A mercadoria estava com prazo
de validade já vencido ou prestes a vencer, mas ainda assim
seria comercializada nos mercados de Minas Gerais. Os policiais federais suspeitam que
também seria vendida no Estado de São Paulo.
Uma denúncia anônima levou a PF a um depósito no bairro Parque das Américas, onde o
queijo estava estocado.
Segundo o delegado da PF
Ricardo Ruiz da Silva, uma pessoa de Uberaba, que não teve o
nome divulgado, comprava o
queijo vencido ou prestes a
vencer de 18 laticínios do Estado de Goiás e o trazia para a cidade mineira.
Toda a mercadoria era guardada em uma câmara fria dentro do depósito. As embalagens
vencidas eram retiradas e outras, com novas datas de validade, eram colocadas no queijo,
para que ele pudesse ser comercializado.
"Encontramos vários sacos
plásticos com embalagens, o
que significa que muitos queijos estão sendo comercializados", afirmou Silva -o mesmo
delegado que, na semana passada, comandou a Operação Ouro
Branco.
A maioria dos queijos reembalados tinha as marcas Milklac, Milknata e Lunat. O delegado da PF disse que as marcas
não são originais. Elas teriam
sido adulteradas.
A Folha localizou à noite
uma fábrica da Milklac em Suzano, na Grande São Paulo. Como ela já estava fechada, não
foi possível contatar os seus
responsáveis. A reportagem telefonou para 14 supermercados
da Grande São Paulo, mas nenhum deles tinha nenhuma
das três marcas à venda.
Na operação da PF em Uberaba, três pessoas foram detidas, mas seus nomes não foram
divulgados. A Polícia Federal
ainda não sabe qual a participação delas no esquema da compra do queijo.
Até a conclusão desta edição,
os policiais ainda não haviam
localizado os responsáveis pela
fraude.
Ouro Branco
Segundo o delegado, esse flagrante não tem ligação com a
operação Ouro Branco, realizada na semana passada para desbaratar uma quadrilha de adulteração de leite que funcionava
na região conhecida como
Triângulo Mineiro.
Naquela operação, a polícia
descobriu que cooperativas
produtoras de leite adicionavam no produto substâncias
impróprias para o consumo,
como soda cáustica e água oxigenada, com o objetivo de ampliar seu prazo de validade.
Juntas, a Copervale (Cooperativa dos Produtores de Leite
do Vale do Rio Grande) e a Casmil (Cooperativa Agropecuária
do Sudoeste Mineiro), suspeitas da fraude, produziam 400
mil litros de leite por dia.
Colaborou LUISA ALCANTARA E SILVA , da Redação
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