São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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Protesto de delegados atinge 13 Estados e DF

Policiais pararam atividades, a maioria por 2 h, em apoio à greve em SP e para reivindicar a aprovação de emenda constitucional

Atos ocorreram das 14h às 16h na maioria dos Estados e foram registrados apenas flagrantes e casos graves; só o Maranhão parou por 24 h

Ed Dourado/"Diário de Marília"
PICHAÇÕES EM DELEGACIA
A fachada do prédio da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Marília, no interior do Estado de SP, amanheceu pichada ontem com frases como "cambada de vagabundo"; para o delegado Cléber Alonso, protesto não deve ter relação com a greve


DA AGÊNCIA FOLHA

Delegados de pelo menos 13 Estados do país e do Distrito Federal paralisaram as atividades ontem em apoio ao movimento grevista dos policiais civis de São Paulo e para reivindicar uma pauta da categoria.
Os delegados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Pará, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Amapá, Maranhão e Distrito Federal cruzaram os braços ontem -quase todos por duas horas.
Só no Maranhão a paralisação foi ampliada e ocorreu durante todo o dia.
Em quase todos os Estados, a manifestação ocorreu das 14h às 16h e os delegados atenderam apenas os flagrantes e os casos graves.
Além de apoiar a greve paulista, os delegados reivindicam a aprovação de uma emenda constitucional que prevê que o menor salário de um delegado não pode ser inferior ao de um promotor.

Efetivo reduzido
No Maranhão, o protesto começou às 8h de ontem e deve se encerrar às 8h de hoje. O ato contou com adesão total, segundo a Adepol (Associação dos Delegados de Polícia Civil) do Estado.
Os atendimentos foram feitos em plantões das delegacias seccionais e regionais.
"Precisávamos protestar por 24 horas. Aqui o efetivo está absurdamente reduzido", disse Marcos Afonso Júnior, presidente da Adepol.
Em PE, os delegados pararam por duas horas e adiaram até mesmo o registro de flagrantes. Segundo a Adeppe (Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado), o movimento atingiu 70% das 278 delegacias pernambucanas.
"Os policiais civis de Pernambuco vão continuar apoiando os colegas de São Paulo e de todos os Estados que tiverem seus direitos subtraídos", afirmou o vice-presidente da Adeppe, Antonio Cândido de Oliveira Filho.
Em Salvador, os delegados não trabalharam por duas horas e os agentes fizeram um minuto de silêncio.

Greve em MT
Em Belém, cerca de 30 delegados fizeram uma manifestação em frente à Secretaria Estadual de Defesa Social.
Também houve um protesto em Teresina, onde cerca de 70 delegados dos cem que atuam na capital do Piauí se reuniram na praça central da cidade.
No Rio Grande do Norte, cerca de 70 delegados da região metropolitana de Natal se reuniram na sede da Adepol.
Em Mato Grosso, além da paralisação de duas horas dos delegados, os investigadores de polícia planejam entrar em greve a partir de hoje, de acordo com o Sindicato dos Investigadores e Agentes Prisionais do Estado de Mato Grosso.

Interior paulista
No interior de São Paulo, os delegados e os policiais civis, que já estão em greve desde o dia 16 de setembro, realizaram atos simbólicos.
Em Bauru, cerca de cem policiais realizaram um ato ecumênico na sede da Adepol. Em Botucatu, todas as delegacias tiveram as portas fechadas e em frente a elas foram colocadas faixas pretas com dizeres como "luto".
(CÍNTIA ACAYABA, CRISTINA MORENO DE CASTRO, FÁBIO GUIBU, JOÃO CARLOS MAGALHÃES e LUIZ FRANCISCO)


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