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MARANHÃO
Moradores depredam hospital após policial matar ex-vereador
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Moradores de Zé Doca
(MA) tentaram invadir o
hospital local para linchar
um policial rodoviário federal que horas antes havia baleado e matado um ex-vereador de uma cidade vizinha.
No início da noite de anteontem, manifestantes atiraram pedras e bombas incendiárias contra o hospital
e colocaram fogo em três carros das polícias Civil e Militar, além de incendiarem os
carros particulares de dois
delegados. Um trailer usado
no policiamento comunitário também foi queimado.
Segundo o capitão Edivaldo Oliveira, subcomandante
da PM local, 11 policiais militares e 11 policiais civis ficaram cercados no hospital pelos manifestantes. Cerca de
3.000 foram ao local.
Para impedir a invasão, os
policiais fizeram barricadas
no hall do prédio. Vidros do
hospital foram quebrados
pelos manifestantes.
Segundo o capitão, a PM
utilizou munição não-letal
para tentar dispersar a multidão. O cerco terminou após
duas horas de confronto,
com a chegada de reforço policial. "Ficamos duas horas
neste confronto. Foi uma
coisa extrema", disse.
Segundo a PRF (Polícia
Rodoviária Federal), o policial rodoviário teve que sair
disfarçado de enfermeiro.
A Superintendência do Interior da Polícia Civil do Estado disse que seis pessoas
foram presas e autuadas em
flagrante por vandalismo.
O delegado Marcos Afonso
Júnior, presidente da Adepol
(Associação dos Delegados
de Polícia), disse que atos como esses são decorrentes da
falta de policiamento. Segundo ele, há só três delegados para os 18 municípios da
região de Zé Doca. "Atos como esses são motivados em
parte pela indignação da população que quer resolver o
problema com as próprias
mãos e em parte pela impunidade. Em Zé Doca, foi vandalismo, não revolta." A PRF
informou ontem que João da
Cruz estava em uma moto
sem capacete e não obedeceu
à ordem para parar em uma
barreira policial montada na
BR-316. Houve perseguição e
ele disparou contra os policiais, que revidaram. Cruz foi
baleado no abdome e morreu. A vítima foi levada para
o hospital pelos policiais. A
Folha não conseguiu localizar ontem parentes de Cruz.
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