ALESSANDRA KORMANN
DA AGÊNCIA FOLHA

O Ministério da Saúde anunciou a liberação de mais R$ 16 milhões aos hospitais universitários, que passam por grave crise. Semana passada foram liberados outros R$ 9,58 milhões. O dinheiro deve estar disponível em dez dias, segundo o ministério. A verba, no entanto, não é suficiente.
Dos 45 hospitais ligados ao MEC (Ministério da Educação), 18 acumulam dívidas de cerca de R$ 130 milhões.
A crise que atinge o setor causou o fechamento do atendimento de urgência no Hospital São Paulo, da Unifesp, e nos hospitais da Universidade Federal de Goiás e da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, em Uberaba, além da desativação de 30 leitos no Hospital do Fundão, da Universidade Federal do Rio. O hospital da Universidade Federal de Uberlândia também está em vias de fechar o pronto-socorro.
Nos hospitais universitários que ainda estão funcionando, faltam desde materiais de limpeza até medicamentos e linha cirúrgica. No Carnaval deste ano, todos os equipamentos de radiologia do hospital da Universidade Federal de Pernambuco foram levados pelos fornecedores por causa de uma dívida de US$ 5 milhões.
O presidente da Abrahue (Associação Brasileira de Hospitais Universitários e Entidades de Ensino), Amâncio de Carvalho, defende que seja alterado o modelo de financiamento dos hospitais universitários, com a aprovação de orçamentos individualizados.
Uma opção seria a inclusão de verbas para custeio (pagamento de contas de água e luz) nos recursos repassados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) por atendimento ou procedimento executado.
Os hospitais universitários são responsáveis pela realização de 70% dos transplantes, 50% das cirurgias cardíacas, 50% das neurocirurgias e 60% das cirurgias para correção das más-formações craniofaciais.


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