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MORTE NA PF
Dúvida é sobre autoria
Para deputados da CPI, houve tortura
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Tortura da Câmara Federal, deputado
Elenildo Ribeiro (PSDB-AL), disse ontem que os parlamentares
que integram a comissão já concluíram que houve tortura de policiais federais contra o auxiliar de
cozinha Antônio Gonçalves de
Abreu, 35, na Superintendência
da Polícia Federal no Rio, no dia 7
de setembro. De acordo com Ribeiro, só falta identificar quais
agentes participaram da tortura.
Abreu foi preso com Samuel
Dias Cerqueira e Márcio Cerqueira Gomes sob a acusação de terem
assassinado o agente federal Gustavo Mayer Moreira. Abreu morreu no dia seguinte, vítima de
traumatismo craniano.
Em depoimento à CPI, o delegado Marcelo Duval Soares, que
coordenava o plantão na PF
quando ocorreu a tortura, disse
que, na ocasião, quatro agentes
entraram na carceragem sem a
sua autorização. Esses agentes, segundo ele, não estavam de plantão naquele dia.
O depoimento de Soares foi
considerado contraditório pelos
deputados, pois ele também disse
que Abreu se machucou durante
uma briga com Cerqueira, conforme consta no registro da ocorrência feito no dia da morte. Os
agentes citados por Soares foram
ouvidos e disseram que Abreu foi
espancado por Cerqueira.
O relato do delegado é diferente
do apresentado à CPI anteontem
por Luís Felipe Magalhães, delegado que o antecedeu no plantão.
Magalhães disse que os três presos ficaram em celas separadas.
O tenente-médico do Corpo de
Bombeiros, Francisco Gonçalves
Gabriel, que socorreu o cozinheiro após o espancamento, afirmou
considerar impossível que a vítima tenha sido agredida por uma
só pessoa e que era pouco provável que Gomes, baleado, tivesse
condições de agredir Abreu.
A CPI pretendia fazer uma acareação entre presos, delegados e
bombeiro, o que não havia ocorrido até as 18h30.
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